E Se Fosse a Gente?
Autor: Becky Albertalli
Editora: Intrínseca
Páginas: 352 páginas
Resenha escrita por: Leonardo Santos
De férias em Nova York, Arthur está determinado a viver uma aventura digna de um musical da Broadway antes de voltar para casa. Já Ben acabou de terminar seu primeiro relacionamento, e tudo o que mais quer é se livrar da caixa com todas as lembranças do ex-namorado. Quando eles se conhecem em uma agência dos correios, parece que o universo está mandando um recado claro. Bem, talvez não tão claro assim, já que os dois acabam tomando rumos diferentes sem ao menos saberem o nome ou telefone um do outro. Em meio a encontros e desencontros — sempre embalados por referências a musicais e à cultura pop ¬—, Ben e Arthur se perguntam: e se a vida não for como os musicais da Broadway e os dois não estiverem destinados a ficarem juntos? Mas e se estiverem? Aos poucos, eles percebem que às vezes as coisas não precisam ser perfeitas para darem certo e que os planos do universo podem ser mais surpreendentes do que eles imaginam.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje a resenha que eu trago pra vocês é de um livro que eu estava muito ansioso desde quando a Editora Intrínseca anunciou seu lançamento, pois se trata do novo livro da Becky Albertalli! Escrito com seu amigo Adam Silvera (autor de História é Tudo que me Deixou e They Both Die at the End), a obra foi traduzida com o título E Se Fosse a Gente? Enfim, vamos a sinopse!
Um romance não estava exatamente nos planos de Arthur quando o garoto foi para Nova York estagiar na firma de advocacia de seus pais, prestes a se formar no ensino médio, o rapaz já começa a se preocupar com a faculdade e suas possibilidades, que na cidade da grande maçã são infinitas! Mas nenhum gerador de possibilidades poderia gerar tal encontro como foi o de Arthur e Ben.
Ben só precisa de notas boas para passar de ano, mesmo precisando frequentar a recuperação, o maior problema de Ben não é ir as aulas, mas precisar compartilhar a mesma sala com Hudson, seu recém ex namorado. Ben ainda não superou seu último término, mas toma uma medida importante para superar Hudson e vez, enviar todas as suas coisas pelo Correio para evitar contato visual, e é lá que ele conhece Arthur.
O encontro não é exatamente épico, ambos trocam algumas palavras e pouco é dito, mas tanto Ben quanto Arthur sentem uma atração espontânea, o que poderia proporcionar aos dois um "encontro de verdade", isso se Athur simplesmente não sumisse do nada.
Athur acredita muito no destino e como o universo nos dá chances únicas, portanto agarra aquela de encontrar o menino que conheceu na agência, tendo apenas seu primeiro nome. Afinal, se o destino assim quis, por que não tentar?
Vamos lá, confesso que devorei E Se Fosse A Gente?, tendo lido as trezentas e cinquenta páginas em algumas horas, é muito bom ver a Becky ganhando cada vez mais espaço entre os principais nomes de autores e autoras do gênero Young Adult, isso porque ela sempre trás um protagonista que foge aos padrões que (infelizmente) estamos tão acostumados. Em E Se Fosse A Gente? não é diferente, temos dois personagens protagonistas, tanto Ben quando Arthur possuem o mesmo aprofundamento, suas narrativas vão se intercalando entre os capítulos (Um é de Ben e o outro de Arthur) até o final do livro, o que eu achei que foi uma boa sacada pois temos dois autores nesse livro. Não se se Becky ficou responsável pela escrita de um personagem e Adam do outro, mas sei que deu certo para a história não ficar muito confusa ou bagunçada.
Visto isso, o livro é um grande clichê, mas não no mal sentido da palavra, afinal eu amo um bom clichê! E por mais que E Se Fosse A Gente? possa ser considerado um bom clichê, ele não consegue fugir a alguns dos pontos negativos que todo clichê possui, entre eles creio que a profundidade dos conflitos apresentados e a forma em como eles são solucionados, tudo soa muito fácil e feito apenas para gerar uma turbulência na história. Com relação ao conflito final (apresentado nas últimas páginas), facilmente ele poderia ter sido evitado e isso não ia influenciar em muito no encerramento da trama.
Outro problema é o desenvolvimento dos personagens secundários, creio que o único que se salve seja Dylan (amigo de Ben), que tem um carisma e consegue servir de função cômica, com exceção dele todos os outros personagens são meio que jogados a esmo, sei que o livro tem como foco desenvolver os protagonista, mas tudo se torna muito mais crível quando temos bons figurantes que oferecem algo para a trama.
O diálogo com a comunidade LGBT é bom, mesmo que contido. Gosto dos livros da Becky pois nele os personagens gays não são tão categoricamente sofridos como costumam ser na literatura, mas ainda assim é interessante mostrar que o preconceito e a ignorância existem, temos um vislumbre disso na obra... Não sei se foi o suficiente, mas acredito que não seja esse o propósito do livro.
Ademais, os personagens são bem apaixonantes, confesso que me identifiquei muito mais com o Ben por uma série de fatores (sou um pouco mais ranzinza e achei o Arthur meio chato às vezes), mas o livro cumpre com seu propósito de entreter e oferecer uma leitura fluída e divertida.
Ai, eu adoro essa autora, desde o Simon eu passei a gostar muito dela, mesmo que os dois, O Simon e a Leah tenham umas coisas que eu considero um pouco problemáticas na comunidade LGBTQIA+ (falo como uma pessoa da comunidade) eu sei que esses livros podem ser os primeiro semestre lgbt que muita gente vai ler. Quero muito ler esse, já tá na minha TBR! Adorei a resenha!!
ResponderExcluirAaah muito obrigado, realmente o livro é incrível e serve como entrada pra esse mundo LGBTQIA+
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