THE OUTSIDERS
Autor(a): S.E Hinton
Editora: Intrínseca
Páginas: 240
Ano de publicação: 2020
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Na pequena cidade de Tulsa, em Oklahoma, a rivalidade entre dois grupos cresce a cada dia. De um lado estão os Greasers, com suas jaquetas de couro, o cabelo com brilhantina, os canivetes em punho e o cotidiano marcado pela falta de perspectiva e pelas brigas em terrenos baldios. Já os Socs moram no lado rico da cidade, frequentam os melhores lugares e conseguem se safar das piores situações, inclusive quando decidem espancar os Greasers.
Caçula do grupo, Ponyboy Curtis tem apenas quatorze anos. Junto dos irmãos Darry e Sodapop e dos companheiros Greasers, ele tenta encontrar uma forma de escapar de uma vida sem futuro em um lugar onde tudo se resume a ser rico ou pobre. Apaixonado por cinema e por livros, Ponyboy encontra nessas histórias uma chance de conhecer outra realidade. Tudo parece sob controle, até que uma perseguição dos Socs tem um desfecho inesperado e perturbador. Nada será como antes, mas os Greasers são uma verdadeira família e farão de tudo para protegê-la.
The Outsiders: Vidas sem rumo é um retrato comovente de uma juventude que precisa encarar a solidão, a revolta e a violência em sua jornada de amadurecimento. Mais de cinco décadas após o lançamento do livro, a história ainda encanta jovens e adultos, mostrando-se atemporal. Com capa dura e pintura trilateral, além de tradução e projeto gráfico inéditos, a edição traz ainda prefácio da jornalista e crítica de cinema Ana Maria Bahiana, entrevista com a autora S.E. Hinton e uma seção dedicada aos bastidores do filme.
Ponyboy Curtis é o protagonista de The Outsiders. Irmão mais novo de uma família cujos pais já morreram, todos os três irmãos da família Curtis são integrantes de um grupo chamado Greasers, uma espécie de comunidade rebelde que os acolheu como uma nova família.
"A gente tem problemas que você nem imagina. Quer saber de uma coisa? - Ela me encarou - A vida é dura para todo mundo."
De origem pobre e sem perspectiva de um futuro brilhante, Ponyboy é movido por seu amor pela literatura e pelo cinema. Sabe que a vida não é justa, entretanto sabe que a vida é mais injusta com os greasers do que com os "socs", outro grupo da cidade formado por garotos de famílias ricas e privilegiadas, não fica difícil de imaginar que esses dois grupos possuem uma rivalidade gigante.
Entre todas as dores e mágoas da vida, Ponyboy vai descobrindo que o mundo não é dividido entre socs e greasers, e com a ajuda dos livros, entende que pessoas não são tão simples de ser definidas estereotipadas por aquilo que elas aparentam representar.
"A gente vive correndo sem parar mas ninguém sabe para onde vai. Já ouviu falar em ter mais coisas do que você queira ter? E aí você acaba não querendo mais nada e começa a procurar alguma coisa para querer? Parece que a gente fica procurando alguma coisa que satisfaça, mas nunca encontra. Acho que isso só ia acontecer se a gente sentisse alguma coisa, perdesse a cabeça."
Bom, já deixei muito claro no Instagram o quando eu gostei desse livro, comecei a ler ele de forma despretensiosa, mesmo achando a edição da Intrínseca perfeita logo de cada (com a arte da capa bem trabalhada e o corte trilateral todo vermelho), eu não sabia muito sobre a história e achei legal começar um livro sem expectativa alguma. Bom, três horas depois de eu ter pego o livro pra ler, o terminei com lágrimas nos olhos.
Através de cerca de 210 páginas vamos entrando na vida de Ponyboy, o traço mais marcante da escrita de S.E Hinton é a evolução de protagonista conforme os acontecimentos vão se desdobrando; Para um menino de 14 anos Ponyboy possui muita independência, talvez porque ele tenha sido criado por seus irmãos mais velhos (Sodapop e Darry), logo, liberdade sempre foi um conceito conhecido para Ponyboy.
No entanto, o menino acredita cegamente na ideologia dos greasers em colocar todos (principalmente os socs) como inimigos da "comunidade", esse sentimento vai se alterando conforme Ponyboy deixa de ver tudo em preto e branco. Esse sentimento de amadurecimento é lindo e extremamente humano, por isso é tão fácil de se relacionar com a história.
Agora fica mais fácil o porquê de um livro escrito em 1960 ainda conversa com tantas pessoas através de gerações, inclusive o livro traz um material extra que explora bastante isso, temos uma entrevista com a autora e também com o elenco da famosa adaptação dos anos 1980 (inclusive ela foi dirigida pelo Copolla).
"A vida era dura pra todo mundo, mas era melhor assim. Assim você sabia que o outro cara também era um ser humano."