Autor(a): Ferdinand Barth
Editora: Sebo Clepsidra
O bávaro Ferdinand Barth (1842-1892) certamente é mais conhecido como ilustrador do que como poeta. Nascido em Partenkirchen, na Bavária, ele ingressou ainda jovem no meio artístico, executando sobretudo trabalhos de xilogravura e escultura em madeira. Publicou em 1865 o poema ilustrado "O Labor da Morte", retomando da tradição das danças macabras que floresciam na Europa do século XV. Misturando ilustrações e versos, sua obra ressalta a permanência do macabro medieval na estética romântica do século XIX. Esta edição bilíngue reproduz na íntegra as artes originais, além de contar com um novo prefácio e uma breve biografia do autor.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro O labor da morte, lançado pela Sebo Clepsidra. O livro é de autoria de Ferdinand Barth e tradução de Felipe Vale da Silva.
Um fato é inegável... O de que todos nós iremos morrer. Independente de nossa religião ou posição social, um fato que nunca foi contestado foi da eficácia da morte em nos buscar, você pode dizer que foi cedo - ou às vezes até tarde - demais, mas ela sempre aparece para ceifar a vida. A nossa história é um reflexo muito poderoso em como lidamos com isso, seja na fundação da religião católica ou até mesmo antes disso, sempre nos sustentamos em algo externo àquilo que conhecemos para nos dar conforto.
Em 'O labor da morte’ nós temos uma narrativa em ritmo poético; criada pelo ilustrador Ferdinand Barth, seu trabalho foi muito influente durante o século XIX, tanto é que suas artes podem ser encontradas entalhadas em diversas publicações influentes daquele tempo.
Mas Barth é muito mais do que um artesão capaz, sua dialética com a poesia o fez ser responsável por um trabalho que transcende a união entre a imagem e a palavra, nisso, contemplamos a verdadeira dança da morte que é este livro belíssimo, trago para o brasil pela editora clepsidra através de um financiamento coletivo.
A leitura é breve mas nem um pouco simplista, pelo contrário! Ela explora o que existe de mais universal no ser humano; o caminho até o inevitável. Assim como a morte, a narrativa de Barth se desenrola com uma precisão cruel e até mesmo sarcástica em alguns pontos - uma das coisas que eu mais gostei na história -, além disso é impressionante ver como as ilustrações oferecem uma expansão de tudo aquilo que o autor quer nos dizer.
Com certeza uma leitura indispensável, reflexiva e até mesmo curiosa por sair do padrão como conhecemos, aqui vai minha indicação deste clássico! Isso sem contar que a edição está impecável, gosto muito de avaliar como a curadoria do sebo Clepsidra cuida de seus projetos, e esse se destaca como um de seus mais belos!
Indo muito além do visual, o livro conta com um ótimo prefácio escrito pelo tradutor da obra, nos oferecendo um prisma literário e histórico sobre a representação da morte e de sua dança (às vezes atrativa, às vezes temida)!
Eu sou a louca que ama falar e ler sobre a morte rs
ResponderExcluirE não é bobeira, mas eu a respeito muito, acho que por isso, não tenho isso de não poder ou querer falar sobre o assunto.
Tive contato com esse livro pelo Insta ontem e esse tipo de narrativa me atraiu muito.
Mesmo sendo um livro bem curtinho, já quero a oportunidade de ler e sentir!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Muito interessante! Um tema que causa desconforto em alguns mas que curto ler.
ResponderExcluirAchei bem atual mesno tendo sido escolhido a tanto tempo
Leo!
ResponderExcluirVer que o livro traz uma trajetória mais filosófica sobre questionamentos que já sabemos ocorrerá e ainda com uma linguagem mais poética que ameniza o tema morte, tem de ser lido.
cheirinhos
Rudy
Achei incrível, não me lembro de ter conhecido com essa temática!! Além disso, as imagens são bem dark.
ResponderExcluir@yasmindeciles