20 de março de 2021

RESENHA: A TRANÇA


A TRANÇA
Autor(a): Laetita Colombani
Editora: Intrínseca
Páginas: 206
Ano de publicação: 2021
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Smita é uma intocável, membro da casta mais inferior da Índia. Seu grande sonho é ver a filha escapar da condição miserável em que vivem e ter acesso à educação formal. Na Sicília, Giulia trabalha como ajudante na oficina do pai. Mas, quando ele sofre um acidente e ela precisa assumir o comando, logo percebe que o negócio está à beira da ruína. No Canadá, Sarah é uma advogada renomada. Quando está prestes a ser promovida a chefe no escritório em que trabalha, descobre estar gravemente doente. Sem saber que estão conectadas por suas questões mais íntimas, Smita, Giulia e Sarah recusam o destino que lhes está reservado e decidem lutar contra ele. Vibrantes, suas histórias remontam a uma imensa gama de emoções muito familiares e que, por isso, tecem uma trama que fala sobre dois aspectos essenciais de nossas vidas: esperança e solidariedade.

 

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro A trança, lançado pela editora IntrínsecaO livro é de autoria de Laetitia Colombani, foi traduzido por  Dorothée de Bruchard. 

TRANÇA
(substantivo feminino)
1.punhado de fios de linho, seda, de cabelos etc., divididos em três ou mais partes e entrelaçados.





Três mulheres, três destinos, três histórias. Em trança nós conhecemos primeiramente uma mulher chamada Smita, sua realidade em muito diverge de tudo aquilo que conhecemos. Desde criança Smita foi sucumbida a uma tarefa, trabalhar nos esgotos a céu aberto da aldeia de Badlapur, na Índia; como uma dalit, Smita jamais poderia ter acesso a qualquer oportunidade de mudar de vida. Vivendo à beira de um sistema de castas, sendo ela da mais inferior possível, suas projeções para o futuro são mínimas. 

No entanto, Smita atribuí toda sua esperança de um futuro melhor em sua filha, que está prestes a entrar na escola da região. Aprender a ler a escrever poderá oferecer oportunidades das quais Smita jamais possuiu. 


Na segunda história nós conhecemos Giulia, uma moça que tem sua realidade revirada ao descobrir que seu pai (dono de um pequeno comércio na Sicília), sofre um terrível acidente e permanece em estado de inconsciência. Com isso, Giulia precisa tomar a rédea dos negócios da família. 


A terceira e última história nos trás Sarah, uma advogada de sucesso  e mãe que precisa ocultar quaisquer traços de maternidade para que não seja considerada como "fraca" pelos colegas de trabalho. Sua rotina também vira de cabeça para baixo ao descobrir estar com câncer de mama. 


Três fios que se entrelaçam em capítulos alternados. Confesso que comecei a ler esse livro por conta do grande hype que ele teve lá fora, principalmente na França! a crítica elogiou muito bem a narrativa de Laetitia, quando a Intrínseca anunciou a versão nacional eu fiquei muito feliz de vez que uma história tão sensível e poderosa ia estar em uma editora que gosto tanto. 

Bom, o livro atendeu todas minhas expectativas. A escrita da autora é  extremamente poética e, muitas vezes, dura. Os capítulos das perspectivas das personagens são curtos (e bem objetivos), mas ao mesmo tempo são banhados em um lirismo melancólico, doloroso... Ao começar o livro com um capítulo da Smita, a intenção da autora é nos deixar chocados com a situação da qual a mulher se encontra. 

Me doeu muito ler os capítulos dela, uma existência sofrida e quase que apagada pela sociedade, note que eu disse quase, na verdade Smita brilha muito intensamente, com sua força e determinação em prover por um futuro melhor para sua filha, mas a sociedade e todo o sistema parece cego para sua existência. 


As outras duas histórias também me impactaram muito! Na trama de Giulia nós temos alguns outros elementos bem interessantes que são pincelados durante seu desenvolvimento, como a xenofobia (que é retratado através de um personagem que Giulia conhece no hospital onde seu pai está internado) e o próprio amadurecimento (em vários sentidos) da protagonista. 

Sarah foi me conquistando aos poucos, e eu garanto que no final da narrativa você estará derrubando lágrimas por ela e todas as outras mulheres que compõem essa história!

Preciso destacar aqui o trabalho impecável de edição realizado pela editora Intrínseca. O livro está em capa dura, com pintura trilateral em um dourado escuro de encher os olhos. Além disso, todo o processo de design está maravilhoso, assim com uma tradução bem feita e fluída! 

4 comentários:

  1. Três estórias que se entrelaçam e um trabalho impecável da Intrínseca, não tem como dar errado!!!
    Doida para ter esse livro em mãos, conhecer como mulheres fortes, determinaram sua vida e conviveram com as situações que lhes foram impostas.
    Eu preciso me emocionar também!!
    Beijo

    Angela Cunha/O Vazio na Flor

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  2. Que livro lindo, tanto na estética quanto no conteúdo! Tão bom livros que viabilizam histórias de mulheres, escrito por mulheres e ainda coloca em foco culturas diversas

    @yasmindeciles

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  3. Li mês passado e foi uma leitura emocionante e inspiradora!
    Não esperava gostar tanto.
    Realmente a história de Smita é de partir o coração. Uma realidade cruel.
    Gostei de como as três histórias se entrelaçam. Foi bem poético

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  4. Leo!
    O que acho mais importante em livros do gênero é primeiro poder conhecer a diversidade de cultura dos países, principalmente em relação às mulheres.
    E a força de vontade que elas tem em quererem conquistar a liberdade, independente do que é iporto pela sociedade.
    cheirinhos
    Rudy

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Leonardo Santos



Olá leitories! Meu nome é Leonardo Santos, tenho 28 anos, sou de São Paulo mas atualmente estou em Guarulhos cursando Letras! Minha paixão pela leitura começou desde muito cedo, e é um prazer compartilhar minhas leituras e experiência com vocês!

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