RESENHA: MEU MUNDO VERSUS MARTA

MEU MUNDO VERSUS MARTA
Autor(a): Paulo Scott, Rafael Sica
Editora: Companhia das Letras

Páginas: 160

Ano de publicação: 2021

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Planeta Terra. Época e lugar desconhecidos. Esta é a história de um pacto de equilíbrio sutil. De um lado, os ameaçados, do outro, a ameaça ― da qual, apesar dos anos de convívio, das tentativas de maior aproximação, ainda pouco se sabe. Em um cenário de ritos intermináveis e sob a mediação de uma crescente desconfiança, o quadrinista Rafael Sica e o escritor Paulo Scott criam uma história de arquitetura extraordinária, de busca por tudo aquilo que há de humano em nós ― e colocam em cena o diálogo do qual depende a ordem, a suposta ordem, o concerto dos dias. Da paz. Da única paz. A mais terrível paz.

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Meu mundo versus Marta, lançado pela Companhia das Letras O livro é de autoria de Paulo Scott & Rafael Sica.

Pra começar, acho legal falar um pouco sobre minha experiência ao ler esse livro. Geralmente começo minhas resenhas detalhando um pouco sobre o enredo da obra, como uma espécie de sinopse feita por mim mesmo, no entanto dessa vez vou precisar adaptar o formato da minha resenha ao conteúdo que acabei de ver nesse quadrinho incrível escrito e ilustrado por Paulo Scott e Rafael Sica.

Mas por quê? Bem.. A história desse livro é completamente subjetiva. Tenho cerca de 160 páginas com a total ausência de diálogos, vamos decifrando um pouco mais da história tecida pelos autores conforme vamos mergulhando nas ilustrações. Foi uma experiência um tanto estranha, tanto é que comecei a leitura e parei depois de umas vinte páginas, tentando entender o que estava acontecendo... Depois de um tempo voltei, curioso para saber mais a respeito daquele cenário tão estranho, e daí sim fui entendendo melhor.

No começo temos dois personagens que tomam o palco principal da história, um homem que trabalha em uma espécie de empresa governamental, algo ligado ao departamento de ciências, talvez... Em seu quarto tem uma criança, não sabemos qual o grau de relação entre os dois, mas a menina vai crescendo em um ritmo absurdo, tornando-se uma mulher em poucas páginas.

O cenário que envolve os dois é bem distópico, lembra muito aquele que vimos em 1984, onde existe um governo opressor que controla a sociedade através do medo e da ameaça de uma possível guerra. Esse departamento de ciência onde o protagonista trabalha parece ser um elemento chave para entendermos esse governo.

A mulher que cresce rapidamente trás um outro tópico bem interessante pra história: o preconceito. Sempre quando ela sai de casa os outros cidadãos a encaram com repulsa, o motivo disso fica subjetivo a cada leitura, portanto encorajo você a tentar decifrar alguns pontos dessa obra.

Mexeu comigo? Sim, me colocou pra pensar sobre UM MONTE DE COISA? Com certeza, é incrível o que uma narrativa sem diálogos dá margem à nós, leitores, em decifrar e remontar o enredo a partir de nossa perspectiva, que é única.

Com relação a edição: eu achei maravilhosa. A arte da capa é extremamente chamativa, seja pelos tons utilizados ou até mesmo pela estrutura um tanto que enigmática da máquina azul que toma grande parte da capa. Além disso, a HQ é grande (fisicamente falando), e os traços das ilustrações dão uma atmosfera única a sua experiência de leitura!