A ODISSEIA DE PENÉLOPE Autor(a): Margaret Atwood
Editora: Rocco
Páginas: 128
Ano de publicação: 2020
Compre através deste link.
"Agora que todos os outros perderam o fôlego, é minha vez de fazer meu relato.” Na Odisseia de Homero, Penélope – mulher de Odisseu e prima da bela Helena de Troia – é retratada como a esposa fiel por excelência, e sua história é tida como um exemplo de fidelidade e da obediência feminina ao longo dos tempos. Deixada sozinha por vinte anos, quando Odisseu sai para lutar na Guerra de Troia após o sequestro de Helena, Penélope consegue, em meio a rumores escandalosos, assegurar o reino de Ítaca, criar Telêmaco, seu filho rebelde, e manter distância de mais de cem pretendentes. Quando Odisseu finalmente chega em casa, após sobreviver aos desafios do mar Egeu, vencer monstros horripilantes e dormir com deusas, ele mata todos os pretendentes de sua esposa – e, de maneira ainda mais espantosa, doze de suas criadas. Em uma surpreendente releitura contemporânea de uma das maiores obras da Antiguidade, Margaret Atwood decide dar voz a Penélope e suas doze criadas enforcadas para responder duas grandes perguntas: Qual o real motivo dos enforcamentos? E o que Penélope estava realmente planejando?Ao reimaginar o episódio, a autora se utilizou de várias fontes – já que a Odisseia de Homero não é a única versão da história – para criar uma obra ao mesmo tempo inteligente, bem-humorada e reflexiva. Em A odisseia de Penélope, Atwood subverte a narrativa original e concede a sua heroína uma nova vida e realidade, e se propõe a dar uma resposta a um antigo mistério.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro A odisseia de Penélope, lançado pela Editora Rocco. O livro é de autoria de Margaret Atwood.
Em "A odisseia de Penélope" nós contemplamos uma releitura de uma das jornadas mais famosas da literatura: a de Odisseu na guerra de Tróia. Muitos de vocês devem conhecer a jornada do herói em A odisseia,
Sendo um dos textos mais antigos e valorizados no ocidente, A odisseia de Homero traz o período helênico em seu primor. Uma guerra se espalha pela capital do mundo no momento em que Helena é capturada. Assim, Odisseu - o rei de Ítaca - parte em uma jornada para recuperar Helena, deixando sua mulher, Penélope, sozinha para governar um reino do qual pouco conhece.
No texto antigo nós vislumbramos pouco a respeito de Penélope. Sabemos que a mulher aguarda o seu marido e que sua postura paciente e sempre submissa a Odisseu a faz esperar durante duas décadas pelo rei, enquanto neste período ela exercia seu papel de mãe e se desvencilhava dos pretendentes que cruzavam seu caminho.
Tendo essas pouquíssimas informações a respeito da rainha de Ítaca, Margaret Atwood desenvolve sua narrativa para dar luz a figura de Penélope em uma narrativa de mistura tanto do estilo clássico de escrita (em versos métricos e declarados) e o estilo contemporâneo (a prosa, o texto em romance como conhecemos) para repaginar o trabalho de Homero da forma mais autoral possível... E o resultado não poderia ser melhor.
Em "A odisseia de Penélope" nós temos uma narradora em primeira pessoa, Penélope nos dá detalhes sobre sua vida até o momento em que casa-se com Odisseu aos quinze anos e se muda para seu reino à beira mar. Entre os capítulos de Penélope nós temos as interlocuções das escravas que servem a Penélope, suas vozes são colocadas nos cânticos de uma forma bem interessante.
Isso porque toda a escrita da autora é mergulhada em um tom próprio da autora, que denuncia o sexismo presente nas obras clássicas de forma bem objetiva. Além disso, a ambientação é incrível, Atwood de fato nos propícia uma viagem no tempo através dos olhos de Penélope e o resultado não poderia ser melhor.
Explorando a mitologia de uma forma inusitada, este fragmento repaginado da Odisseia foi responsável por me proporcionar uma ótima leitura! Confie na habilidade de escrita de Atwood e leia sem medo!