6 de janeiro de 2022

RESENHA: ARISTÓTELES E DANTE MERGULHAM NAS ÁGUAS DO MUNDO

 


ARISTÓTELES E DANTE MERGULHAM NAS ÁGUAS DO MUNDO
Autor(a): Benjamin Alire 
Editora: Seguinte

Páginas: 448
Ano de publicação: 2021
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Na aguardada continuação de Aristóteles e Dante descobrem os segredos do Universo, Ari e Dante vão lutar com todas as forças para transformar o mundo em um lugar onde possam ser livres juntos e sem medo. A vida de Aristóteles mudou completamente desde que conheceu Dante Quintana. Com Dante, Ari aprendeu a achar graça nas pequenas coisas da vida e descobriu o coração enorme que tem, capaz de amar muitas pessoas ― inclusive outro garoto. Agora, os dois estão prestes a começar o último ano do ensino médio e, mesmo sabendo que em breve terão que fazer escolhas importantes para o futuro, estão se abrindo para novos amigos, novos lugares e para as próprias famílias ― até que Ari sofre uma perda terrível e, mais do que nunca, precisará do apoio de Dante. Nesta continuação de Aristóteles e Dante descobrem os segredos do Universo, reencontramos nossos heróis no momento em que o primeiro romance termina, para seguir com eles pelas águas de um mundo novo, que pode ser perigoso e difícil, mas também vasto e cheio de possibilidades.


Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Aristóteles e Dante mergulham nas águas do mundo lançado pela editora Seguinte. O livro é de autoria de Benjamin Alire Sáenz e a resenha foi escrita por Leonardo Santos. 


Tomando o exato ponto onde o primeiro volume nos largou, Aristóteles e Dante mergulham nas águas do mundo traz de volta nossos dois protagonistas um pouco mais maduros e muito mais apaixonados. Tudo o que tinha pra ser dito já foi, Ari ama Dante e Dante ama Ari, mas como prosseguir a partir disso? A perspectiva parece bem positiva, mas a vida pode trazer outros pontos de vistas mais... realistas. 

Afinal o último ano do ensino médio se aproxima, ambos sabem que após o término do período escolar, decisões precisarão ser tomadas - e é bem provável que ela altere toda a rotina deles -, além disso, Ari sofre a dor de uma perda. É devastador, triste e naquele momento ele precisa de todo o apoio de Dante. 

Como se não fosse o suficiente, Ari e Dante vivem em uma sociedade conversadora, em tempos onde ser homossexual é um pecado terrível, onde demonstrar qualquer afeto por uma pessoa do mesmo sexo é uma abominação. Mas como eles podem lutar contra um sentimento tão puro como o amor, como o desejo? O ambiente é de incertezas, e nele os dois precisarão se ancorar um no outro para não naufragar nas tempestuosas águas do mundo. 

Já foi retratado nos livros, nas séries e nos filmes... Mas é sempre bom ressaltar que a sociedade sempre foi cruel com a comunidade LGBTQIA+, e por mais que continue sendo, estamos tomando cada vez mais espaço e conquistando nossos direitos. No final dos anos de 1980, no entanto, o cenário era bem mais complicado. O surto da AIDS explodiu no mundo e muitos viram na doença uma justificativa (ilógica, obviamente) para fundamentar seu preconceito.  

É com todos esses tristes apesares que Sáenz compõe sua escrita, permeada por filosofia e poesia. O autor é sim muito problemático, o final do primeiro livro consta um acontecimento de pura transfobia dentro da narrativa. A editora Seguinte até publicou uma nota dizendo que os acontecimentos narrados nessa história se passam na década de 1980 e, portanto, as normais sociais são vigentes a época. Bom, isso não é suficiente, até porque as declarações do autor a respeito desta transfobia são difusos ou vagos, mas peguei o segundo volume da série para ler na esperança de que sua escrita tenha sido mais justa. 

E nesse ponto, o autor parece ter corrigido algumas de seus erros (não que isso os amenize, afinal o primeiro livro ainda tá aí), mas com relação a pronomes e contexto, a obra parece ter evoluído nesse ponto. Já de resto, o autor traz reflexões bem importantes a respeito do amadurecimento e de toda a política que envolveu o surto da AIDS, principalmente com relação ao dar de ombros negacionista por parte do governo. 

O racismo também é abordado de forma ímpar pelo autor, gostei muito da forma como ele amplia alguns debates do primeiro livro e ainda faz com que nos apaixonemos ainda mais pelos protagonistas dessa história. 

De resto, espero que quem leia essa duologia consiga retirar dela reflexão a respeito das problemáticas e também de alguns outros pontos tratados pelo autor, de resto, os dois personagens vão morar no meu coração - por mais que eu tenha desencantado da história. 

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Leonardo Santos



Olá leitories! Meu nome é Leonardo Santos, tenho 28 anos, sou de São Paulo mas atualmente estou em Guarulhos cursando Letras! Minha paixão pela leitura começou desde muito cedo, e é um prazer compartilhar minhas leituras e experiência com vocês!

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