ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
Autor(a): José Saramago
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 422
Ano de publicação: 2022
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Publicado pela primeira vez em 1995, Ensaio sobre a cegueira é uma verdadeira viagem às trevas da humanidade. Neste clássico moderno da literatura em língua portuguesa, o leitor é dragado para um cenário devastador, onde uma "treva branca" passa a assolar a sociedade, espalhando-se incontrolavelmente. Toda a população deixa de enxergar, exceto por uma mulher, que se passa por cega para acompanhar o marido na quarentena compulsória a que todos foram submetidos. Presos à nova realidade, os cegos se descobrem reduzidos à essência humana. No ano em que se celebra o centenário de nascimento do autor, vencedor do prêmio Nobel de literatura em 1998, a Companhia das Letras lança uma edição especial, com projeto gráfico de Raul Loureiro e obra de William Kentridge na capa, além de prefácio inédito de Julián Fuks e fortuna crítica com textos de Leyla Perrone-Moisés, Marco Lucchesi e Maria Alzira Seixo. Os leitores também terão acesso aos trechos de Cadernos de Lanzarote em que Saramago trata do processo de escrita da obra, selecionados e organizados por Graciela Margarita Castañeda e Pedro Fernandes de Oliveira Neto.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Ensaio sobre a cegueira lançado pela editora Companhia das Letras. O livro é de autoria de José Saramago e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Uma pandemia se espalha por todo o planeta. O efeito dela é o que fica conhecido como "treva branca", uma cegueira que vai se espelhando entre todos os seres humanos de forma muito nefesta. Em pouco tempo, toda a habilidade precisa ser remodelada para encaixar as vítimas dessa súbita cegueira. Nisso, o caos se instaura.
Esse caos é compartilhado através de alguns pontos de vista, onde acompanhamos um motorista que, ao parar em um semáforo, acaba perdendo a visão por conta desse 'vírus', assim como um oftalmologista, que conforme investiga a respeito da súbita cegueira, também perde a visão.
Em determinados momentos, eles e mais alguns outros personagens são encaminhamos pra uma espécie de "asilo", que é uma casa com poucos recursos da qual eles terão que aprender a conviver com a cegueira e uns com os outros.
Sempre quis ler "Ensaio sobre a cegueira" pois o livro é um dos marcos da literatura mundial. Por sorte, a Companhia das Letras relançou a obra-prima de Saramargo em uma edição de luxo que conta com prefácio de Julián Fuks e uma série de posfácios que complementam ainda mais essa história tão rica.
Minha experiência foi, no geral, bem impactante. Confesso que no começo eu fiquei meio confuso com a forma como a narrativa acontece. Isso porque em "Ensaio sobre a cegueira" não temos linhas para diálogos, eles ocorrem junto ao texto descritivo, assim, tudo segue uma única linha de texto.
Isso da margem pro autor ser bem mais subjetivo em sua forma de narrar, beirando ao poético inúmeras vezes em toda a trajetória do livro (e até mesmo ao filosófico). É impressionante ver como Saramago consegue despir o ser humano de todas as vestimentas possíveis com essa doença que se espalha, mostrando a natureza violenta que está em todos nós.
Impressionante, visceral e que me incomodou muito, eu estou apaixonado pelo livro e pela escrita do autor, preciso continuar a ler mais livros dele!