Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro O eu e a névoa lançado pela Flyve. O livro é de autoria de Ronaldo Abílio e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
"Cada passo que dou é para a mim chegar.
Nada desenvolvo, pois simplesmente sou!
Minha lida é ter o sucesso para amar
Aquilo que ninguém jamais amou...
Falta me faz lembrar a tenra infância,
De tudo o que eu fora e agora me falta.
Sinto saudades daquela linda criança.
A criança que a minha memória exalta..."
Composto como uma antologia de poemas de um autor com uma visão poética única, "O eu e a névoa" traz uma série de reflexões a respeito das coisas que nos cercam e também daquelas que estão conectadas ao que há de mais intrínseco a natureza humana. Tudo isso de uma forma muito bela, melancólica e escrita em versos.
Minha experiência com livros de poesia está mudando aos poucos, isso porque no ensino fundamental e médio eu não gostava de ler poesias e nenhum texto em versos, isso porque eu não entendia que a magia da poesia está em enunciá-la, declamá-la e senti-la! Bem, estou mudando minha opinião anterior graças a ótimos autores e autoras que estou lendo, o Abílio com certeza irá se integrar como um deles!
O autor aqui traz uma série de poemas belos que exploram muito do que sentimentos durante a pandemia: a procura por uma nova identidade, por um novo lugar no mundo e também o sentido das coisas em um mundo do qual precisamos nos isolar durante um tempo e enfrentar nossos demônios internos!
"Sem glória,
Sem um vintém.
Só tem a dor.
Dor que castiga,
Dor que maltrata:
Dor de ser ninguém
Humana capacidade,
Capacidade de ver além.
Faz surgir grande vontade,
Vontade de ser alguém"
A edição está incrível e muito bem trabalhada, li ela em formato de ebook e minha experiência com esse livro foi em ler poucas poesias por dia, confesso que algumas delas me deram uma revigorada e outras me deixaram muito reflexivos a respeito de uma série de coisas!
Indico fortemente a leitura de algumas dessas obras que com certeza irão mexer contigo (assim como mexeram comigo). Isso porque os trechos que coloco nessa resenha são apenas trechos que com certeza serão ampliados de sentido com uma leitura mais completa!
"Já nem sei dizer,
Já nem sei sentir,
Talvez estivesse pra morrer,
Talvez fosse hora de partir
Meu coração é tão amiúde!
O corpo está tão dilacerado!
Ter esperança somente ilude
Que dessa doença serei curado."