18 de novembro de 2022

RESENHA: KIM JIYOUNG, NASCIDA EM 1982

 


KIM JIYOUNG, NASCIDA EM 1982 
Autor(a): Cho Nam-Joo
Editora: Intrínseca

Páginas: 134
Ano de publicação: 2022
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Em um pequeno apartamento nos arredores da frenética Seul vive Kim Jiyoung. Uma millennial comum, Jiyoung largou seu emprego em uma agência de marketing para cuidar da filha recém-nascida em tempo integral — como se espera de tantas mulheres coreanas. Mas, em pouco tempo, ela começa a apresentar sintomas estranhos, que preocupam o marido e os sogros: Jiyoung personifica vozes de outras mulheres conhecidas — vivas e mortas. A estranheza de seu comportamento cresce na mesma proporção que a frustração do marido, que acaba aconselhando a esposa a se consultar com um psiquiatra. Toda a sua trajetória é, então, contada ao médico. Nascida em 1982 e com o nome mais comum entre as meninas coreanas, Kim Jiyoung rapidamente se dá conta de como é desfavorecida frente ao irmão mimado. Seu comportamento sempre é vigiado e cobrado pelos homens ao seu redor: desde os professores do ensino fundamental, que impõem uniformes rígidos às meninas, até os colegas de trabalho, que instalam uma câmera escondida no banheiro feminino para postar fotos íntimas das mulheres em sites pornográficos. Aos olhos do pai, é culpa de Jiyoung que os homens a assediem; aos olhos do marido, é dever dela abandonar a carreira para cuidar da c asa e da filha.

 



Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Kim Jiyoung, nascida em 1982 lançado pela Intrínseca. O livro é de autoria de Cho Nam-Joo e a resenha foi escrita por Leonardo Santos. 


Em um pequeno apartamento nos arredores da frenética Seul vive Kim Jiyoung. Uma millennial comum, Jiyoung largou seu emprego em uma agência de marketing para cuidar da filha recém-nascida em tempo integral ― como se espera de tantas mulheres coreanas.

Tudo fica estranho quando a protagonista começa a possuir sintomas estranhos que preocuparam seu marido e sogros: Jiyoung imitou as vozes de outras mulheres conhecidas. A estranheza de seu comportamento estava em proporção direta com a frustração do marido, que acabou sugerindo que a esposa procurasse um terapeuta.

E assim conhecemos a história de Kim Jiyoung, nascida em 1982. É impressionante ver como a protagonista vai percebendo que grande parte de sua vida e de suas decisões na verdade não conferiam a ela nenhuma autonomia: todas elas tinham influências em peso de homens ao seu redor; seja professores, irmãos, pai e assim por diante. 

De certa forma, Kim passa então a imitar vozes de outras mulheres porque, em parte, ela sintetiza uma estrutura que foi retratada como feminina durante muito tempo: a submissão ao papel masculino na sociedade. Sem sombra de dúvidas vivemos em uma sociedade, e por mais que essa barreira esteja sendo desconstruída aos poucos, ela ainda é muito vigente, principalmente em algumas culturas orientais. 

Assim, Cho Nam-Joo consegue trazer em uma narrativa curta (com cerca de duzentas páginas) um retrato cru e visceral do que milhões de milhares passam cotidianamente. Sério, é assustador a forma como a autora aborda temas pesados, como o abuso, a perda de identidade, o privilégio masculino e outros. 

Gente: incrível. Permitam-se ler essa narrativa e se envolver na escrita afiadíssima de Cho Nam-Joo. 

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Leonardo Santos



Olá leitories! Meu nome é Leonardo Santos, tenho 28 anos, sou de São Paulo mas atualmente estou em Guarulhos cursando Letras! Minha paixão pela leitura começou desde muito cedo, e é um prazer compartilhar minhas leituras e experiência com vocês!

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