Organizadores: Stefano Volp
Editora: Galera Record
Páginas: 225
Ano de publicação: 2023
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Em teoria, Lucas parece ter a vida perfeita. Adotado por uma família rica, ele mora em Portugal, tem amigos e uma namorada que ama. Mas se não há nada do que reclamar, então de onde vem esse vazio que não consegue evitar sentir? Quando as brigas com os pais e uma desilusão amorosa o levam a um limite do qual já se aproximava a passos largos, o jovem decide que não há mais motivo para viver.Prestes a tomar uma decisão da qual não há retorno, uma mensagem em seu celular o faz repensar tudo: um vídeo de alguém idêntico a ele, exceto pelo fato de ter uma deficiência visual. Incrédulo com essa reviravolta, Lucas resolve abandonar a vida em Portugal e partir rumo ao interior do Rio de Janeiro atrás de respostas sobre quem é o seu gêmeo e o que isso pode revelar sobre seu passado.Escrito em forma de diário a partir do olhar e da narrativa inconfundíveis de Stefano Volp, um dos grandes novos nomes da literatura brasileira, Nunca vi a chuva é um relato intimista e profundo de um jovem descobrindo seu caminho e seu lugar no mundo.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Nunca vi a chuva lançado pela editora Galera Record. O livro é de autoria de Stefano Volp e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Em "Nunca vi a chuva", nós conhecemos o Lucas, um jovem que parece ter uma vida perfeita em Portugal. Ele foi adotado por uma família rica, tem amigos leais e uma namorada que ele ama profundamente. No entanto, apesar de todas as aparências, Lucas carrega um vazio persistente em seu interior, uma sensação de que algo está faltando em sua vida. Essa sensação o atormenta e o leva a questionar a própria existência.
A fim de lidar com seus sentimentos e angústias, Lucas segue o conselho de sua psicóloga e decide começar a escrever um diário. Essa decisão desencadeia um profundo mergulho em seus pensamentos mais íntimos, e é através desses pensamentos que nos aventuramos na narrativa do livro.
A reviravolta na história acontece quando Lucas recebe uma mensagem em seu celular que muda completamente o rumo de sua vida. Ele descobre a existência de um irmão gêmeo idêntico, Rafael, que vive no Brasil.
Tomado por um súbito interesse em saber mais sobre Rafael, Lucas viaja para o Brasil e se depara com uma série de desafios que o fazem questionar sua identidade, suas relações familiares e sua própria existência. A busca por seu irmão gêmeo se torna uma busca por sua própria identidade e um meio de preencher o vazio que o atormenta.
Um dos pontos fortes do livro é a escrita de Volp, que é fluida e envolvente, posso dizer que li as duzentas e poucas páginas do livro em pouco dias graças ao bom ritmo do autor! Gostei também da forma como a história é narrada (mesmo com as suas limitações), já que é através do "diário" de Lucas que vamos compreendendo mais sobre ele e os personagens secundários que aparecem.
No entanto, o livro também tem seus pontos fracos. Isso porque, em grande parte, eu não consegui criar um vínculo com o protagonista. Por muitas vezes achei o Lucas um tanto... irritante. Talvez fosse da intenção do autor em criar um personagem mimado, mas é essencial que o carisma dele seja forte o suficiente para nos importarmos com os acontecimentos que giram ao redor dele.
O último ato do livro também carece de desenvolvimento, os personagens que ocupam o plano de fundo da narrativa ficam apenas no plano de fundo e não ganham complexidade, portanto toda a tensão do livro é "facilmente" controlada e resolvida no final das contos.
Mesmo com os pontos negativos, "Nunca vi a chuva" é um livro cativante e com um autor promissor!, uma narrativa envolvente e uma escrita fluída. Apesar de alguns momentos de drama intenso e uma resolução que deixa algumas questões em aberto, a história oferece uma experiência de leitura emocionante e reflexiva sobre autodescoberta e busca por identidade.