RESENHA: NÃO MORRE, LUÍSA

 

Organizadores: Fernando Bueno Neves

Editora: Independente

Páginas: 176

Ano de publicação: 2023

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Eles formavam o casal perfeito; para Lucas, era Deus no céu e Luísa na terra. No entanto, quando uma bala perdida atinge o coração de sua namorada, ele se vê sem nenhum dos dois.Desnorteado e desesperançoso, Lucas transita pelo início da vida adulta sem encontrar sentido ou significado, preenchendo o vazio com relacionamentos frustrados. Ele não enxerga o futuro, pois isso significaria enterrar Luísa no passado. Mas, quando Marina — o date mais esotérico que o Tinder já lhe proporcionou — sugere que exista uma forma de manifestar espíritos no mundo físico, Lucas tem seu ceticismo estilhaçado pela esperança no sobrenatural.Assombrado pela memória e agora pelo fantasma de sua ex-namorada, Lucas começa a reunir pistas sobre o assassinato de Luísa.Nenhuma bala é perdida, ele sabe. Toda bala tem um destinatário, e ele está prestes a encontrar o remetente.

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Não morre, Luísa lançado de maneira independente. O livro é de autoria de Fernando Bueno Neves e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.

Lucas e Luísa eram simplesmente feitos um para o outro; para ele, ela era como um anjo na terra. Tinham planos juntos e estavam prontos para começar uma nova experiência em seu relacionamento... Só que a vida deles virou de cabeça para baixo quando uma bala perdida atingi o coração de Luísa, deixando Lucas sem ela e sem rumo.

Meio perdido e sem esperanças, ele tentou seguir em frente na vida adulta, pulando de relacionamento em relacionamento, mas nada parecia preencher o vazio deixado por Luísa. 

Três anos se passam e o futuro parece um território desconhecido para Lucas, já que aceitar que Luísa se foi significava enterrá-la no passado. Mas aí entra a Marina, uma pessoa mais esotérica que ele poderia encontrar. 

Após um primeiro encontro meio frustrando, Lucas acaba se abrindo com a garota, e ela diz que é possível trazer espíritos para o mundo físico, fazendo Lucas questionar seu ceticismo e renovar suas esperanças no sobrenatural.

Agora, não apenas assombrado pelas lembranças de Luísa, mas também por seu fantasma, Lucas é instigado a investigar o a morte da ex namorada. Ele acredita firmemente que não existe bala perdida; cada tiro tem um alvo, e ele está decidido a descobrir quem foi o responsável por tirar a vida de Luísa. O que começou como uma busca por justiça se transforma em uma jornada para encontrar a pessoa por trás da bala que mudou sua vida para sempre.

Bom pessoal, pra começar esse é meu segundo contato com um livro de Fernando Bueno Neves! Já li (e inclusive resenhei) seu primeiro trabalho, intitulado Os gritadores! Por mais que tenha gostado do tom de horror adotado em sua primeira narrativa, acabei gostando ainda mais de Não morre, Luísa por trazer uma camada maior de complexidade aos seus personagens. 

Tanto Lucas quanto Marina e Luísa são muito bem desenvolvidas pelo autor, gostei muito da forma como Fernando equilibra suspense, sobrenatural, investigação e drama em sua narrativa, tratando de temas como traumas, luto, e sede de justiça em todo o seu plot. Lucas começa a ir em uma espiral de vingança conforme começa a investigar a morte de Luísa, afinal, a bala realmente foi perdida? Ou tinha um outro endereçado do qual ele não estava ciente? 

Esse jogo é muito bem guiado durante o desenvolvimento da história, mas ao mesmo tempo é fascinante ver como a relação entre Lucas e Marina cresce conforme vamos nos aproximando do final. Além disso, temos diversos flashes do passado em capítulos alternados que nos fazem entender mais o porquê de Lucas ainda sentir a falta de sua ex-namorada, tudo isso deixa a história com mais uma cama super interessante. 

Temos outros personagens, como o Andrade, por exemplo, que dão um tom mais leve a história. O equilíbrio é fundamental para que essa narrativa seja fluída, e no final acabei lendo esse livro super rápido pois fiquei muito curioso para ler seu desfecho — que é muito bom!

Com menos de 200 páginas, a história não enrola e chega exatamente onde deveria chegar! Fica aí minha indicação para quem quer um suspense que flerta com o sobrenatural e, ao mesmo tempo, traz uma boa carga dramática para a história!