RESENHA: SOCIEDADE DO CRACHÁ

 

Organizadores:  Renato Baroni

Editora: Novos Ases.

Páginas: 48

Ano de publicação: 2023

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Depois de testemunhar o assassinato de um homem muito, muito parecido consigo, Lufe maloca o crachá do defunto e o usa pra comparecer a um evento de empreendedorismo. Vai que rende uma boquinha...Quem conhece o estado de Lufe, atualmente em condição de rua, sabe que só um milagre pra fazer vingar; mas é isso: tem horas que o estômago fala mais alto que o coração e o cérebro. Dependendo da sua sorte, quase sempre. Lufe é devoto de São Bento, crê em milagres e na matemática: algum dia tem que dar bom, não tem?

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Sociedade do crachá lançado pela editora Novos Ases. O livro é de autoria de Renato Baroni e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.

"Sociedade do Crachá", de Renato Baroni, nos leva a uma jornada emocionante através dos olhos de Lufe, um homem sem-teto que acaba se envolvendo em uma situação, no mínimo, atípica: Após testemunhar o assassinato de um homem parecido com ele, Lufe decide assumir a identidade da vítima, usando seu crachá. 

Lufe descobre que o homem (que se chamava Luís) iria participar de um grande evento de empreendedorismo e acaba decidindo se passar por ele, com o intuito de aproveitar da situação para fazer uma boquinha e, quem sabe, conseguir tirar algum outro benefício dessa situação. 

Narrado por Lufe em um diálogo que o personagem tem com uma figurinha que conhecemos como "Valtinho", entramos na vida de Lufe e nesse episódio completamente maluco do qual o protagonista nos conta. Pra começo de conversa, eu fiquei intrigado com a sinopse desse livro pois queria ver como o autor ia trabalhar com um personagem tão cheio de personalidade, e o resultado é bem positivo. 

Isso porque a linguagem informal e o humor sagaz presentes no livro criam uma atmosfera única, como se estivéssemos escutando a conversa de dois amigos em um bar.  As situações cômicas e as tiradas espirituosas de Lufe proporcionam momentos bem engraçados, equilibrando habilmente a seriedade do tema central que podem ser absorvidos de forma indireta, tais como questões sociais relevantes, como desigualdade e falta de moradia, sem perder o tom otimista e esperançoso.

É impossível não torcer por Lufe em toda sua empreitada maluca, isso porque ele é super carismático. Além disso, sua fé em São Bento, combinada com sua determinação, cria um retrato inspirador de perseverança.

Gostei muito da forma como esse livro combina habilidade narrativa, um protagonista cativante e uma leitura bem fluída. Recomendo este livro a todos os leitores que buscam uma história que não apenas os faça rir, mas também os faça refletir sobre os pontos abordados acima!