Organizadores: Samia Wardani
Editora: Giostri
Páginas: 312
Ano de publicação: 2023
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Neste segundo volume, após o encontro forçado entre Felipe e Maria Clara, o casal busca uma nova tentativa de resgatar o relacionamento.Consciente de que autopiedade não é a solução, Maria Clara resolve se reerguer e enfrentar seus traumas, dialogando com Felipe, que não enxerga outra alternativa que não seja a de revelar seus motivos para a tomada de uma decisão tão drástica, num momento de desespero.Com as conversas e concessões necessárias, o casal luta pela sobrevivência de seu relacionamento, agora sem a presença de segredos devastadores entre si.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro O que não ficou para trás (Vol. 2) lançado pela editora Giostri. O livro é de autoria de Samia Wardani e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Bom, aqui estamos nós de volta para acompanharmos Maria Clara e Felipe. Após o encontro forçado entre eles, o casal se depara com a árdua tarefa de resgatar um relacionamento marcado por segredos e decisões drásticas. A consciência de Maria Clara, de que a autopiedade não é a solução, serve como condutor inicial para que algum fruto possa nascer desse reencontro.
Pra início de conversa, parte do que move o mistério do primeiro livro é descobrir o que Felipe fez para causar o fim do relacionamento dele com Maria Clara. Passamos então a assistir toda a relação deles desde o começo, em 2005; até o presente da narrativa. Os altos e baixos de personagens tão complexos que parecem ganhar vida e sair das páginas foi um dos pontos positivos que destaquei na resenha do volume um.
Agora já sabemos o que aconteceu: a forma como Felipe se colocou em primeiro lugar e mudou para os Estados Unidos, abandonando Maria que estava grávida de seu filho, me causou enorme espanto. Samia, no entanto, não escreve personagens que são apenas uma coisa: Felipe está mudando, e Maria vê isso.
Felipe volta a São Paulo no momento em que a mãe de Maria está muito debilitada de saúde e vem a falecer. Nisso, ele tem uma oportunidade de demonstrar que realmente é uma pessoa nova, mas seria isso o suficiente para que Maria pudesse perdoá-lo por anos de omissão e abandono?
Esse é apenas um dos temas que Samia trás nessa continuação. Fiquei muito surpreendido com a escrita da autora, todo o drama apresentado tem uma carga de suspense que vai sendo revelado aos poucos. Enquanto o primeiro livro trabalha com o trauma e as dores, o segundo trabalha com métodos de cura.
Seja de relação de Felipe e Maria ou até mesmo de Felipe com seus irmãos, vi nesse segundo volume as formas como as reaproximações podem ser difíceis, diferentes e até mesmo doloridas. Isso porque além desses fatores, existem muitas nuances que só vamos pegando durante a leitura do livro e que acabam atribuindo mais complexidade a todo os problemas apresentados.
Mais uma coisa é certa: a ausência de segredos devastadores entre eles cria um terreno fértil para a reconstrução do relacionamento, e talvez isso seja o mais importante. A narrativa ainda se dá por alternância de presente e passado através dos capítulos, então nem todos os segredos foram revelados no primeiro livro!
A escrita poética e potente de Samia mais uma vez se destaca, aprofundando-se nos diálogos intensos entre os personagens. A autora mantém sua habilidade de explorar as complexidades emocionais, apresentando momentos dolorosos e tocantes ao longo do arco final dessa história. O mistério que permeou o primeiro volume cede lugar a uma trama mais focada na reconstrução e na superação.
Por fim, eu gostei muito dessa duologia! Mal posso esperar para ler outros trabalhos da Samia! A edição de ambos os livros estão perfeitas, super confortáveis para leitura e muito bem diagramadas! Fica a indicação.