27 de março de 2024

RESENHA: SEM AR




Organizadores: Bel Barreto
Editora: Viseu
Páginas: 340
Ano de publicação: 2024
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[…] comecei a ouvir o ruído de trovões como se uma tempestade estivesse a caminho. […] O som foi ficando cada vez mais forte. Eu estava paralisada em frente à lagoa olhando para o meu reflexo e o da Primeira Lua. Conseguia distinguir a angústia em meu olhar, o brilho da Lua, o som da tempestade, até que tudo começou a girar, e girar, e girar […].Apesar do mistério acerca do assunto, todos os jovens de Myrim, ao completarem catorze anos e terminarem o Ensino Preparatório, precisam passar pelo Ritual de Iniciação no Monte Sagrado. O Ritual milenar abre as portas para a entrada no Liceu de Myrim e faz parte da tradição do seu povo. A escola, existente na Ippaun Wasu, é o único lugar onde os habitantes de Myrim, ainda, podem sentir o poder dos Elementos.No dia da Iniciação, Maria Regina MacKauany estava com receio do que estava por vir. A filha mais velha da Marquesa de Pará e do Conde de Talamh esperava — com suas amigas mais queridas, aos pés do Monte Sagrado — sua vez de ser chamada para passar pelo Ritual.

 

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Sem Ar lançado pela editora Viseu. O livro é de autoria de Bel Barreto e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.  


No cenário de Myrim, uma cidade ditada pela cultura ancestral e tradições profundamente enraizadas, os jovens enfrentam um marco crucial ao completarem catorze anos: o Ritual de Iniciação no Monte Sagrado. Este rito milenar, que se tornou uma parte inextricável da cultura de Myrim, é um portal para o Liceu de Myrim, o único local onde os habitantes têm acesso ao poder dos Elementos, a essência primordial que permeia sua existência.

É nesse evento tão importante que conhecemos Maria Regina MacKauany, a primogênita da nobre linhagem da Marquesa de Pará e do Conde de Talamh. No dia de seu próprio Ritual de Iniciação, ela esta extremamente tensa (assim como todos os seus amigos). Mas uma responsabilidade extra pesa nos ombros da personagem.

Afinal ela é confrontada não apenas com as expectativas de sua linhagem, mas também com uma série de eventos inexplicáveis que lançam uma sombra sobre o ritual, ao começar por uma visão que ela tem no reflexo das águas do ritual. A partir daí, estranhos fenômenos começam a ocorrer ao seu redor, revelando uma conexão incomum com os Elementos e despertando a atenção tanto daqueles que a cercam quanto da própria Grande Sagarta Aiela, a principal sacerdotisa encarregada do ritual.

Além do ritual, Maria agora precisa se integrar a esse novo mundo novo, descobrir mais sobre seu Elemento e, ao mesmo tempo, investigar a respeito de uma  profecia há muito esquecida, enterrada sob as areias do tempo, que promete mudar o destino de Myrim de maneiras imprevisíveis.

Enquanto tenta desvendar os segredos por trás dessa profecia, Maria Regina se vê obrigada a questionar em quem pode confiar, pois até mesmo seus aliados mais próximos parecem ocultar agendas obscuras. 

Com os Elementos agindo de maneira tão estranhe (e quase independente), ela se vê diante de uma escolha angustiante: seguir adiante em busca da verdade, mesmo que isso signifique desvendar segredos que abalariam as fundações de sua sociedade, ou recuar para a segurança de sua vida anterior, ignorando os sinais de mudança iminente?

Ler "Sem Ar" com certeza é uma experiência única. Bel consegue mesclar tantos elementos em sua história que ela acaba se tornando única e plenamente autoral em sua proposta. Aqui nós temos uma fantasia que abraça diversos elementos da cultura brasileira e do folclore ao mesmo tempo em que flerta com toda a aristocracia e estrutura de poder dos séculos passados do Brasil. 

Por isso, aqui nós temos bailes, uma estrutura super complexa e política na cidade de Myrim e vamos começar a entender como essa sociedade funciona com Maria Regina, que se aprofunda nessas relações conforme a história avança! No começo confesso que fiquei um pouco confuso sobre quem é quem, principalmente a respeito dos cargos que eles representam e sua importância para a trama, mas pra isso tem um glossário no final do livro com uma breve descrição de cada personagem, ele foi fundamental para mim. 

Mas aos poucos você vai mergulhando na história e essas complexidades deixam de ser um empecilho! Rapidinho consegui me envolver completamente com o enredo apresentado e o conflito que é jogado logo nas primeiras páginas ganha uma dimensão cada vez maior. 

Sem contar que eu AMO magia! Bem, esse livro tem uma carga intensa disso em cenas que mesclam ação e desenvolvimento da mitologia daquele mundo. Por mais que o livro tenha quase quatrocentas páginas, a sensação é de que ele tem muito menos. 

Fiquei muito feliz por ter fechado essa parceria com a Bel e conseguir ler esse título logo quando ele foi lançado, acredito que a história não fique atrás de grandes fantasias contemporâneas aí do mercado e ela tem tudo pra ser bem prestigiada! 

Enfim, fica a indicação!








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Leonardo Santos



Olá leitories! Meu nome é Leonardo Santos, tenho 28 anos, sou de São Paulo mas atualmente estou em Guarulhos cursando Letras! Minha paixão pela leitura começou desde muito cedo, e é um prazer compartilhar minhas leituras e experiência com vocês!

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