"Flor de Poemas" é uma coletânea que imortaliza a sensibilidade lírica de Cecília Meireles, reunindo uma vasta gama de seus trabalhos poéticos. A obra é dividida em seções que exploram temas como a vida, o tempo, a memória e a natureza humana. Esta edição, selecionada por Paulo Mendes Campos, apresenta a diversidade da obra de Cecília, desde seus versos mais introspectivos até os de natureza mais universal, abordando temas como o amor, a efemeridade e a saudade.
Uma das primeiras partes da coletânea, intitulada "Viagem", apresenta poemas como "Motivo" e "Retrato", que refletem a jornada interior da autora em busca de respostas existenciais e uma reconciliação com o mundo ao seu redor. Esses versos carregam uma melancolia suave, como em "Canção", onde as imagens do tempo que passa e a impermanência da vida são expostas com uma sensibilidade única.
Já em "Mar Absoluto e Outros Poemas", Cecília nos conduz a uma vastidão de significados, onde o mar é uma metáfora constante para o infinito e o desconhecido. Poemas como "Autorretrato" e "Madrugada no Campo" revelam uma autora que observa o mundo com olhos atentos e questionadores, sempre buscando ir além das superfícies. "Blasfêmia", por exemplo, traz uma intensidade e ousadia em seus versos, questionando as convenções e explorando a relação da poeta com o sagrado e o profano.
Cecília Meireles também reflete sobre as emoções humanas em "Os Dias Felizes", onde o poema "O Vento" captura a efemeridade dos momentos e a sensação de que tudo está em constante movimento, tal como o vento que passa e não pode ser retido.
Ao longo da coletânea, a riqueza imagética dos versos de Cecília é palpável. Em "Solombra", por exemplo, a autora reflete sobre a finitude e a natureza do tempo, trazendo uma linguagem quase onírica que envolve o leitor em uma meditação sobre a vida e a morte: "Eu sou essa pessoa a quem o vento chama".
Por fim, esta obra revela o que Cecília tem de mais sublime: sua capacidade de transformar o cotidiano em arte e de criar uma conexão profunda com o leitor, tornando-se, assim, uma das vozes mais eternas e envolventes da poesia brasileira.