Aqui, a humanidade está em um período de ruptura e transformação. A jihad butleriana — uma guerra contra máquinas conscientes — que redefine a forma como os humanos enxergam o progresso tecnológico, colocando questões éticas e existenciais no cerne do enredo. É nesse ambiente caótico que vemos o surgimento das sementes de várias das organizações e ideias que se tornariam pilares em Duna: as Bene Gesserit, os Mentats, o escudo Holtzman e até os primórdios do controle econômico da CHOAM.
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Vale lembrar que esse livro não foi escrito por Frank Hebert, mas sim pelo seu filho e por um colaborador! Por isso, a narrativa realmente é um tanto diferente daquela que eu conheci na série original. Aqui, cada personagem adiciona sua visão sobre um universo em mudança, enquanto suas ações deixam claro que o que está em jogo não é apenas o poder, mas o próprio futuro da humanidade — em uma vibe bem Game of Thrones. É incrível perceber como elementos tão familiares — que tomamos como garantidos em Duna — aqui surgem com frescor, como respostas a dilemas políticos, religiosos e sociais de uma época tumultuada.
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Um dos pontos que mais me intrigaram foi como a jihad butleriana é representada. Muito além da violência, essa guerra é uma luta filosófica: humanos buscando se libertar da dependência de máquinas enquanto se enfrentam para decidir os limites do progresso e do livre-arbítrio. Não existem respostas fáceis, e o texto mergulha na complexidade dessas questões, instigando a reflexão sobre os custos de qualquer transformação revolucionária.
A escrita é marcada por capítulos curtos, que mantêm um ritmo ágil e garantem que as diferentes subtramas se conectem de maneira natural. No entanto, admito que por vezes senti falta de um aprofundamento emocional em certos personagens, principalmente se compararmos com o nível de introspecção presente na obra original de Frank Herbert. Apesar disso, o mosaico geral é fascinante, oferecendo um vislumbre enriquecedor sobre esse universo.
Irmandade de Duna não busca ser uma continuação, mas um complemento. Ele expande o universo de Herbert e fornece um contexto histórico para muitos dos temas que amamos em Duna, como o uso político da religião, o impacto do fanatismo e as forças invisíveis que regem grandes impérios.
Se você é fã da série, encontrará aqui uma fonte inesgotável de informações e conexões que enriquecem a experiência de Duna. Brian Herbert e Kevin J. Anderson entregam um épico que mantém o respeito à obra original, enquanto exploram com ousadia as lacunas deixadas por Frank Herbert.
Que livro fantástico, meus amigos. Quanto mais leio sobre esse universo, mais ele me fascina. Mal posso esperar para mergulhar ainda mais na história desse mundo tão rico e intrincado.