Olga pede ajuda ao vendedor de livros sem saber que este simples ato mudaria sua vida. Um encontro ao acaso, ocorrido por uma situação completamente inusitada. Seria isso o que chamam de amor à primeira vista? Neste livro, Rafael Nogueira Fernandes traz reflexões sobre a vida, o universo e tudo mais, por meio do diálogo de duas pessoas comuns – ou nem tanto assim – que, talvez, estivessem predestinadas a se encontrar. Entre vinhos e abstrações, Olga e Alex passam algumas horas de suas vidas à procura de respostas para as questões mais profundas que regem a humanidade, ao mesmo tempo em que tentam responder às suas próprias questões, seus próprios traumas. Em meio ao turbilhão de sentimentos, surge uma promessa. Teria o amor um prazo de validade? Uma narrativa curta, mas extremamente profunda, contada por um narrador improvável: o próprio Amor.
"Esse é o grande x da questão, Olga: não ter controle sobre nada. Posso amanhã ser atropelado e todos os meus sonhos morrerem comigo, bem como aos trinta e cinco anos desenvolver um câncer terminal que me dê alguns poucos meses de vida. Quem garante que eu não tenha uma vida completamente desconexa daquela com a qual eu planejei por fatos trágicos que sequer tive o poder de evitar? Esse imponderável das coisas me assusta. Não ter controle de nada sobre nada. Qual é a certeza que carregamos da existência?
"Olga estava absorta em seus pensamentos, queria dizer e externar aquilo que sequer sabia que guardava dentro de si. Aqueles dois primatas sentiam que suas existências permitiam tamanho fascínio, existir além de si por meio do outro. Ele atentamente a ouvia. Tocava suas mãos de forma suave e deslizava seus dedos sobre os seus que atravessavam as mãos."