Olá pessoal do Porão Literário! Hoje vou compartilhar com vocês três motivos para ler Almas Entrelaçadas, lançado de maneira independente O livro é de autoria de Adelina Sanches.
Marcela, uma delegada de polícia, e Divania, uma enfermeira, enfrentam situações das mais diversas e encontram pelo caminho barreiras que parecem intransponíveis. Com a ajuda de um psicanalista, as duas personagens se superam profissionalmente e tentam, a todo custo, manter essa união, mesmo com interferências externas e a desaprovação dos seus pais. Muitas vezes, as desavenças surgem de mal-entendidos, diferenças de perspectivas ou falta de comunicação. No entanto, quando se olha para o quadro maior, percebemos que muitos dos conflitos não dependem da vontade de acertar, mas das circunstâncias que norteiam suas vidas. Divania sofre de transtornos psicológicos e se tortura pelo ciúme exagerado, enquanto Marcela se mantém equilibrada. No entanto, juntando-se a outros conflitos, o problema se torna gigantesco, a ponto de deixar à deriva todas as tentativas de promover a paz. O que há pouco tempo não era reconhecido, os relacionamentos homoafetivos são vistos como uma nova realidade. Ainda que renegados pelas famílias conservadoras e pelas doutrinas religiosas, esse modelo de família se fortaleceu, porém está longe de ser aceito como algo natural pela sociedade.
Vamos ao post, mas antes leia o livro aqui.
1. Uma abordagem sensível sobre saúde mental
Adelina não passa pano para o sofrimento psicológico de suas personagens. Divania, uma das protagonistas, vive um processo constante de enfrentamento de seus traumas — muitos deles enraizados na infância e agravados por um ambiente familiar tóxico. Ao mesmo tempo, Marcela também lida com suas próprias feridas emocionais. O mais interessante é que o livro mostra que terapia não é um milagre instantâneo, mas um processo. Isso traz camadas à história e torna a experiência de leitura ainda mais real.
2. Representatividade LGBTQIAPN+ com profundidade
Em Almas Entrelaçadas, o relacionamento entre duas mulheres não está ali como pano de fundo: ele é o centro da trama e, ao mesmo tempo, é atravessado por conflitos que muita gente da comunidade enfrenta na vida real — a rejeição familiar, o preconceito velado (ou escancarado), o medo de se assumir, as dificuldades de construir uma relação estável em meio a tantos julgamentos. E o melhor: a autora entrega tudo isso sem apelar para estereótipos ou caricaturas. As personagens têm voz, têm força e, principalmente, têm humanidade.
3. Um romance com altos e baixos (como a vida real)
Nada aqui é idealizado — e esse é um dos pontos mais fortes do livro. Marcela e Divania erram, se afastam, se reencontram, tomam decisões questionáveis... mas continuam tentando. O amor delas é feito de falhas, aprendizados e recomeços. Isso cria uma conexão poderosa com o leitor, que consegue se identificar com as dúvidas, inseguranças e até com os silêncios entre as duas. E apesar de tudo, há esperança. Há espaço para reconstrução. E há um final que deixa o coração quentinho.
E aí, ficou curioso? Comece agora mesmo a ler esse livro!