Olá pessoal do Porão Literário! Hoje vou compartilhar com vocês três motivos para ler As gaiolas, lançado pela editora Viseu. O livro é de autoria de Patrícia Cruz.
Quem é você? A obra As Gaiolas situa-se entre o lúdico, o empírico e a profundidade do Ser. Por meio de um cenário fantástico, evoca ensinamentos ancestrais sobre meditação e espiritualidade e traz a revelação gradativa de ferramentas que conduzem o interlocutor ao autoconhecimento e à autotransformação. Para isso, Duna, uma inquieta estudante universitária, é inspirada por uma coruja falante a iniciar seus primeiros passos rumo ao infinito de si mesma e se depara com duas estradas: uma visível e outra invisível, como planos paralelos conduzindo-a a retirar seus véus de ilusão e a seguir ao encontro de seu "Eu Verdadeiro".
Vamos ao post, mas antes leia o livro aqui.
1. Porque é uma fantasia que se passa dentro da alma
Ao contrário das histórias mais tradicionais do gênero, onde o conflito geralmente se apoia em uma ameaça externa, As Gaiolas propõe uma aventura muito mais introspectiva. A protagonista, Duna, começa a enxergar o mundo de maneira diferente após um sonho marcante — e a partir disso, tudo muda. Ela não apenas vê além do que está na superfície, mas é desafiada a repensar o próprio papel na existência. O que Patrícia Cruz constrói aqui é quase um rito de passagem, onde os perigos e as conquistas estão mais associados a descobertas internas do que a inimigos palpáveis. É uma fantasia que se sustenta menos pelo que acontece fora e mais pelo que se move dentro.
2. Porque mistura espiritualidade, metáforas e um simbolismo potente
Um dos grandes trunfos do livro é a forma como ele articula elementos simbólicos — a ampulheta sagrada, a coruja que fala, as missões oníricas — com temas profundamente humanos, como ansiedade, isolamento e busca por pertencimento. Tudo isso confere ao texto uma atmosfera quase mística, onde a realidade e o sonho se embaralham sem que a leitura perca a clareza. Patrícia não está preocupada em explicar tudo; ela prefere sugerir, deixar espaço para que cada leitor encontre sentido próprio na jornada de Duna. Isso torna o livro uma experiência interpretativa, que vai ressoar de forma diferente dependendo do momento de vida de quem o lê.
3. Porque trata da solidão sem romantizá-la — e do afeto como força de cura
Mesmo sendo uma narrativa essencialmente individual, a história não abandona a importância das conexões humanas. O vínculo entre Duna e Guilherme, por exemplo, é trabalhado com sutileza e nunca invade a centralidade do enredo. Ainda assim, serve como contraponto ao isolamento da protagonista, lembrando que o caminho do autoconhecimento também pode — e deve — ser trilhado com apoio, escuta e presença. As Gaiolas não tenta dourar a pílula quando fala de sofrimento, mas também não nos deixa afundar nele. Existe uma proposta de cura aqui, e ela passa pelo enfrentamento das sombras, sim, mas também pelo reconhecimento da luz — seja ela interna ou refletida no outro.
E aí, ficou curioso? Comece agora mesmo a ler esse livro!