Quando o lago onde vive começa a escurecer mesmo sob o sol, o sapo Sapeca decide investigar o que está acontecendo. Com a ajuda de seus amigos da floresta, ele embarca em uma jornada em busca de respostas — e descobre que o verdadeiro mistério está nas consequências da ação humana. Uma fábula encantadora sobre amizade, curiosidade e o cuidado com a natureza.
Na história, acompanhamos Sapeca, um sapo atento e curioso que percebe algo estranho acontecendo no lago onde mora. O que antes era um espelho azul e limpo, agora está escurecendo mesmo durante o dia. Incomodado com essa mudança, Sapeca decide investigar o que pode estar por trás do mistério.
É a partir dessa inquietação que a trama se desenvolve. Ele se junta a um grupo de amigos — Leôncio, Ursio, Rex, Porlo e Pagaia — que topa embarcar na busca por respostas. Cada um carrega uma personalidade própria, mas todos compartilham o mesmo desejo de ajudar a entender o que está acontecendo com o lago.
A narrativa é leve, colorida e conversa muito bem com o público infantil. O texto trabalha temas ambientais com sensibilidade, sem cair em explicações complicadas. Pelo contrário, tudo é contado de forma acessível e cheia de carinho. O momento em que o grupo conhece Monkey, o sábio da floresta, marca o ponto de virada da história: é ele quem revela a causa do problema, relacionando o escurecimento da água à poluição e às queimadas provocadas pelos humanos.
Eu amei que o livro fala sobre cuidado, coletividade e consciência. É uma introdução à educação ambiental feita com delicadeza, ideal para leitores pequenos que estão começando a observar o mundo à sua volta.
Mas o que realmente torna essa obra especial é quem está por trás dela. Samuell Vitor tem apenas 9 anos e escreveu esse livro lidando com fobia social e um diagnóstico de autismo de grau 1. O lançamento em Navegantes foi notícia, e com razão. A escrita virou um canal de expressão, e o resultado disso é um livro cheio de empatia e imaginação.
Foi impossível não me encantar. O Sapo Sapeca e o Mistério do Lago Negro é uma leitura que inspira, emociona e, principalmente, nos lembra que toda voz merece ser ouvida. Inclusive — e talvez principalmente — as mais jovens.
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