Organizadores: Luiz Nase
Editora: IndependenteCompre através deste link.
Em um mundo onde baleias cósmicas e gatos guerreiros se enfrentam, uma antiga ameaça desperta no sul esquecido. Enquanto a atenção se volta para o conflito político no Leste, Pedro Ernesto e seus companheiros marginalizados se erguem como a última esperança do mundo civilizado. Com bigodes imponentes, lanças afiadas e martelos poderosos, eles enfrentam mortos-vivos e o próprio Nada em uma jornada épica.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Pedro Ernesto e a Torre dos Desesperados, lançado de maneira independente. O livro é de autoria de Luiz Nase e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Quando vi a sinopse desse livro pela primeira vez, fiquei intrigado. Baleias cósmicas travando guerra contra gatos guerreiros, mortos-vivos ressurgindo e até um confronto direto contra o Nada! Tudo isso em um único universo. Minha primeira reação foi: será que funciona? A mistura parecia caótica, mas foi justamente isso que me despertou a curiosidade.
Ao iniciar a leitura, percebi que Luiz Nase se arrisca em um terreno ousado: criar uma fantasia medieval que, ao mesmo tempo em que abraça o absurdo, traz reflexões sociais muito próximas da nossa realidade em um narrador que conversa com nós, leitores, enquanto faz divagações sobre filosofia, política e a nossa realidade.
O fio condutor da história é Pedro Ernesto, um protagonista improvável, que junto de seus companheiros marginalizados, precisa enfrentar forças que ameaçam o equilíbrio do mundo. É nesse grupo, formado por figuras que geralmente seriam descartadas em narrativas de heróis, que o livro encontra seu coração. Entre bigodes imponentes, martelos e lanças, que vemos a narrativa ganhar foco. Achei muito interessante como o autor utiliza o nonsense da fantasia para tocar em questões sérias sem se tornar pesado demais.
A escrita de Luiz Nase merece destaque. É leve, bem-humorada e ao mesmo tempo reflexiva. A narrativa não segue uma linha do tempo rígida, então é comum ver o foco da narrativa mudar ao trocar de capítulo para, então, retornar mais pra frente. Isso não me incomodou, mas os leitores que esperam uma narrativa linear e objetiva podem se frustrar um pouco, por isso já deixo de aviso!
Em compensação, o livro entrega momentos de criatividade pura. Em vários trechos me peguei rindo com o humor inteligente. Importante comentar que a ameaça do livro, por exemplo, é uma mera peça na história e que por conta da narrativa ser mais curta, não tem a proporção que eu esperava.
Mesmo assim, isso não diminui o mérito do livro. Pelo contrário, para mim mostra o quanto esse mundo tem potencial para ser explorado em continuações. Luiz Nase estreia com coragem, apresentando uma fantasia que não tenta imitar modelos estrangeiros, mas que aposta em uma voz própria, com toques de humor, crítica social e criatividade.
No fim das contas, Pedro Ernesto e a Torre dos Desesperados me deixou com uma sensação muito positiva. É uma leitura rápida, envolvente e que mostra como a fantasia pode ser, ao mesmo tempo, divertida e reflexiva. Fico na expectativa de ver esse universo crescer em próximos livros, porque Luiz Nase tem tudo para consolidar uma obra ainda maior.


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