23 de setembro de 2025

RESENHA: O VISCONDE DE BRAGELONNE

 


Organizadores:  Alexandre Dumas 
Editora:  Zahar
Páginas:  616
Ano de publicação: 2025
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Neste segundo volume, os mosqueteiros abrem passagem para Louise de la Vallière, uma jovem dama de honra que conquista corações e vive as armadilhas do amor em um cenário político turbulento.Traduzido pela primeira vez no Brasil, O visconde de Bragelonne, a tão aguardada última parte de Os três mosqueteiros, é repleta de conflitos e mudanças repentinas. Em um cenário onde o destino das nações está em jogo e cada vez mais afetado pela lógica burguesa em ascensão, D’Artagnan, Porthos, Aramis e Athos se sentem cada vez mais sem lugar.Neste segundo volume, a jovem Louise de La Vallière, considerada “a verdadeira heroína dessa história” e grande paixão de Raoul, rouba a cena numa trama centrada nos amores e intrigas por poder na corte em crise de Luís XIV. Apaixonada pelo rei, os encontros e desencontros amorosos entre Louise e Luís XIV encenam disputas de poder e ambições que descortinam o quanto as paixões impactam nos bastidores políticos e militares da França.Com um tom mais romântico, mas sem renunciar aos típicos duelos, aventuras e reviravoltas dramáticas que marcam a saga, Dumas constrói um protagonismo feminino em toda sua força bela e trágica em uma época dominada pelo poder dos homens.


Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro O visconde de Bragelonne: volume 2, lançado pela editora Zahar. O livro é de autoria de Alexander Dumas e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.

Neste segundo volume da trilogia final de Os Três Mosqueteiros, Dumas vira o foco para um novo coração inquieto: Louise de La Vallière. E é curioso perceber como a figura dessa jovem dama de honra passa a ocupar o centro de uma história que, até pouco tempo atrás, era dominada por espadas, bravura e códigos de cavalaria. A França está mudando e o tom da narrativa também.

Enquanto a monarquia de Luís XIV começa a se consolidar, o que antes eram lutas pelo idealismo agora dão lugar aos bastidores do palácio, onde o amor se torna mais uma peça no xadrez político. Louise, personagem que Dumas pinta com uma melancolia apaixonada representa uma nova sensibilidade na trama. Seus sentimentos por Raoul (o visconde que dá título à obra) e, principalmente, sua atração fatal pelo próprio rei, geram uma tensão que alimenta os conflitos do livro — tanto os internos quanto os de Estado.

O que mais chama atenção aqui é o equilíbrio que Dumas encontra entre o romance e o drama histórico. Mesmo com menos cenas de ação em comparação ao volume anterior, há um dinamismo latente na narrativa. Os sentimentos dos personagens ganham ares de tragédia e o que está em jogo deixa de ser apenas o futuro de um país para se tornar o destino de corações feridos e sonhos despedaçados.

Louise de La Vallière é, sim, a verdadeira protagonista desta parte da saga, e sua trajetória é escrita com uma beleza trágica que surpreende. Ao mesmo tempo, sentimos o peso do tempo sobre os antigos mosqueteiros. D’Artagnan, Aramis, Athos e Porthos continuam presentes, mas agora quase como sombras de uma era que não volta. Eles observam de um jogo no qual já não ditam as regras. Isso dá ao livro um tom melancólico, de fim de festa, que é ao mesmo tempo doloroso e poético.

Dumas, mais uma vez, entrega diálogos afiados e cenas marcantes, mas agora temperados com um senso de nostalgia que só engrandece o texto. A crítica social permanece, talvez ainda mais contundente, ao mostrar como os sentimentos pessoais são manipulados por interesses maiores. A corte de Luís XIV é um palco, e cada gesto tem peso político. Nesse contexto, amar é perigoso — e ser amado pode ser fatal.

A edição da Zahar, com tradução primorosa de Jorge Bastos, mantém o cuidado e o respeito pelo texto original, além de trazer comentários que enriquecem a leitura. Os brindes desta edição também são um charme à parte, mas o maior presente continua sendo mergulhar de cabeça nesse universo que mistura romance, história e emoção com a maestria de um dos grandes nomes da literatura.


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Leonardo Santos



Olá leitories! Meu nome é Leonardo Santos, tenho 28 anos, sou de São Paulo mas atualmente estou em Guarulhos cursando Letras! Minha paixão pela leitura começou desde muito cedo, e é um prazer compartilhar minhas leituras e experiência com vocês!

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