RESENHA: A FILHA DA MÃE

Organizadores: Maya Lygya 

Editora: Independente

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“Em A Filha da Mãe, Maya Lygya, terapeuta com 21 anos de experiência internacional, revela a verdade sobre o relacionamento mais desafiador da sua vida: aquele com sua mãe narcisista. Por anos, ela ajudou pessoas ao redor do mundo a se libertarem de seus traumas emocionais. Mas, ao retornar ao Brasil, percebeu que ainda estava presa às mesmas correntes invisíveis que acreditava ter rompido. Entre memórias dolorosas e descobertas libertadoras, Maya compartilha como transformou a culpa em compaixão, o medo em coragem e a dor em sabedoria. Por meio de 7 passos práticos e profundamente terapêuticos, ela mostra que é possível se libertar das amarras emocionais que nos impedem de viver com leveza, amor e autonomia. Ao longo dessa leitura, você aprenderá a:Reconhecer o ciclo de manipulação e culpa em relações familiares; Enfrentar o medo de desapontar e dizer “não” sem sentir remorso; Resgatar sua força interior e redefinir o que é amar sem se anular; Tornar-se a mulher livre, confiante e inteira que você nasceu para ser. Este livro não é apenas sobre relacionamento mãe e filha. É sobre renascer como mulher."

 

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje a resenha é do livro A Filha da Mãe: 7 Passos Que Curam Relacionamentos Tóxicos com a Mãe escrito por Maya Lygya. A resenha foi escrita por Leonardo Santos.

Maya Lygya é uma autora que já conheço e admiro. Depois de ter lido Show de Vida, eu já imaginava que encontraria aqui uma escrita íntima, direta e profundamente humana. E foi exatamente isso que encontrei, mas com uma densidade emocional ainda maior.

Neste livro, Maya revisita sua própria história ao lado de uma mãe narcisista, expondo feridas antigas, mas também mostrando o caminho que trilhou para transformar dor em consciência, e consciência em cura.

A obra se desenvolve em um equilíbrio muito interessante entre autobiografia e guia terapêutico. De um lado, acompanhamos a trajetória de Maya desde a infância marcada pela solidão, passando pela depressão, pelo divórcio dos pais, pelo período em um orfanato e pela forma como a arte (dança e canto) se tornou seu primeiro porto de resgate emocional. De outro, a autora oferece reflexões, exercícios e mantras que dialogam diretamente com quem já viveu relações complicadas com mãe, pai ou qualquer figura familiar que deveria acolher, mas decidiu controlar.

Um ponto que se destaca é como Maya estrutura o livro. Ela apresenta sinais claros de narcisismo materno, aborda ciclos de manipulação, culpa e competição silenciosa, e descreve comportamentos que muitas pessoas reconhecem na própria história. Tudo isso aparece em tópicos bem organizados, quase como uma aula terapêutica. A leitura se torna, ao mesmo tempo, um relato pessoal e uma ferramenta prática para quem deseja romper padrões e construir vínculos mais saudáveis.

O centro da obra são os sete passos que visam fortalecer a autonomia emocional do leitor, passos que nascem das próprias vivências de Maya e que carregam uma verdade que só quem passou pela dor consegue formular. Ela fala sobre reconhecer limites, dizer “não” sem culpa, resgatar a própria voz e desenvolver compaixão sem abrir mão de si. É uma jornada de autoconhecimento que se constrói sem pressa, mas com firmeza.

No fim das contas, A Filha da Mãe fala sobre mulheres que buscam renascer após anos de silenciamento afetivo. É sobre romper correntes invisíveis que muitas vezes se confundem com amor. E, acima de tudo, é sobre assumir o próprio caminho com leveza e verdade.

Para quem gosta de livros que unem experiência pessoal e reflexão terapêutica, essa leitura é uma ótima pedida. Maya escreve com honestidade, generosidade e propósito! E isso torna o livro não apenas tocante, mas transformador.