CRÍTICA: A SOCIEDADE LITERÁRIA E A TORTA DE CASCA DE BATATA

CRÍTICA: A SOCIEDADE LITERÁRIA E A TORTA DE CASCA DE BATATA 

SINOPSE: Juliet Ashton (Lily James) é uma escritora na Londres de 1946 que decide visitar Guernsey, uma das Ilhas do Canal invadidas pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, depois que ela recebe uma carta de um fazendeiro contando sobre como um clube do livro local foi fundado durante a guerra. Lá ela constrói profundos relacionamentos com os moradores da ilha e decide escrever um livro sobre as experiências deles na guerra. 

LANÇADO EM: 10 de Agosto de 2018  

DISTRIBUIDOR: Netflix

Pois bem, escolhi esse filme para ser a primeira crítica do blog justamente pelo seu título curioso, afinal qual poderia ser a ligação entre uma sociedade literária e uma torta feita de casca de batata? (isso sem contar a pergunta: como se fazer uma torta a partir de cascas de batata???) Enfim, ao ver o trailer da obra na Netflix fiquei interessado e procurei um pouco sobre a produção para ver se valia a pena assistir ou não. O elenco com certeza foi um potencial, já que eu admiro muito o trabalho de Penelope Wilton, Matthew Goode e Lily James, e a história me incitou muito a assistir também. Após ver o filme fiquei até animado em ler a obra do qual ele foi inspirado! Portanto sem demoras, aí vai a minha opinião sobre o longa. 

O filme tem vários altos e poucos baixos, além do forte elenco (que eu já citei), os personagens do filme me deixaram animado. Pra começar, Juliet (a protagonista) é uma escritora com fortes ideais, mesmo vivendo na década de 1940 podemos notar traços de uma mulher independente e que não se curva a homem nenhum. Todavia ela sofre de um bloqueio criativo e, ao trocar cartas com um fazendeiro que participa de um clube literário em uma ilha no interior. Dawsley compartilha do mesmo amor pelos livros que ela, logo Juliet se sente inspirada a visitar o grupo em busca de conhecer histórias e encontrar a própria motivação. 

Os outros personagens que compõem esse grupo literário são incríveis, isso devido a sua complexidade. Vale lembrar que essa década o mundo enfrentou a Segunda Guerra Mundial, e a ilha para qual a protagonista vai para visitar o clube ainda sofre com a repressão na invasão nazista. Cada um dos membros da sociedade ali tem dores e traumas da guerra, e o filme leva isso muito bem narrando os conflitos de todos e como eles tentam amenizá-la através da união. 

Assim que Juliet revela para o grupo que pretende escrever um artigo sobre a sociedade literária para um jornal, ela é fortemente repreendida por todos, principalmente por Amelia (interpretada pela incrível Penelope Wilton) a não publicar nada. Curiosa por saber mais sobre a história dos indivíduos durante a invasão, Juliet começa a investigar mais sobre a vida de cada um. 

O filme aposta em alguns clichês para se manter durante suas duas horas, como o interesse romântico entre a protagonista (recém noivada com Mark, um diplomata de Nova York) e Dawsey, o fazendeiro que trocou cartas com ela no início da história. Mas mesmo assim é interessante assistir como essa história a parte evolui, entretanto, o que mais me prendeu foi os flashes da invasão nazista à ilha de Guernsey.

Mas eu acredito que o potêncial da história está em como os livros podem mudar uma pessoa e como uma pessoa pode mudar uma sociedade, Juliet encontra naquele clube uma família, e além de tudo: histórias que merecem ser contadas para que então ela escreva a sua própria. 

PS 1: O filme conta com cenários e figurinos incríveis e uma fotografia de encher os olhos.

PS 2: Não vou revelar a ligação entre a sociedade literária e a torta de casca de batata, por favor, assista o filme HASUSHAUSHASUA

PS 3: Esperava por mais referências literárias, mas me contentei com Shakespeare e Virginia Woolf

PS 4: Se vocês ficaram animados pra assistir ou já assistiram e tem algo a dizer, deixe um comentário. Ficarei mais do que feliz em conversar sobre esse filme com vocês. <3