Autor(a): Lucas Rocha
Editora: Galera Record
Páginas: 304
Ano de publicação: 2020
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Um livro sensível sobre o amor após um diagnostico de HIV. O livro de estreia de Lucas Rocha é sensível e honesto sobre um assunto que ainda é um grande tabu. As vidas de Ian, Victor e Henrique são entrecortadas pelo diagnóstico do HIV. Victor fica inseguro ao descobrir que Henrique, com quem está começando uma relação, é soropositivo e resolve fazer um teste, mesmo que os dois só tenham transado com camisinha. Logo depois de um resultado negativo, ele conhece Ian, um universitário como ele que acabou de receber uma notícia que pode mudar sua vida. No impulso de ajudar o garoto, Henrique entrelaça os destinos dos três.Lucas Rocha narra, a partir das três perspectivas, os medos, as esperanças e o preconceito sofrido por quem vive com HIV, mas, principalmente, conta uma história que não é sobre culpa ou sobre estar doente, e sim sobre como podemos formar nossas próprias famílias e sobre nunca esquecer que ainda temos a vida inteira.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Você tem a vida inteira de autoria de Lucas Rocha, publicado pela Galera Record.
Descobrir ser soropositivo realmente pode causar um abalo em sua realidade. Receber esse diagnóstico não deve ser fácil, mas não deve ser visto como o fim, afinal você tem a vida toda pela frente para amar e sentir.
Ian acaba de testar positivo para HIV, essas três letras são responsáveis por desmoronar o mundo do qual o rapaz vivia. Mesmo recebendo orientações a respeito de como começar um tratamento, Ian se sente mais perdido do que nunca. Nisso acaba conhecendo Victor, um outro rapaz que foi fazer o teste no mesmo dia que ele.
Victor ficou extremamente temeroso ao descobrir que seu parceiro anterior, Henrique, era soropositivo, e mesmo tomando todas as medidas preventivas o temor de ter contraído a doença pesava nos ombros de Victor. Após conhecer Ian, Victor passa o número de Henrique a ele na tentativa de que um possa passar informações (e suporte) ao outro.
Nisso, acompanhamos a vida dos três rapazes, como elas se interligam pelo diagnóstico que, conforme apontado várias vezes durante a leitura, é apenas o início de uma nova vida.
Depois de fazer a leitura de Você tem a vida inteira eu só fiquei pensando no quanto meu conhecimento a respeito de HIV era baseado no senso comum ou então em séries e filmes americanos. Eu sabia que a medicina já tinha avançado o suficiente para o portador ter uma vida mais plena e saudável, no entanto pouco conhecia do tratamento e das experiências pessoais que os soropositivos têm (e lutam).
Além de nos oferecer uma leitura sensível, leve e (em alguns pontos) divertida; Lucas Rocha nos traz uma enorme conscientização a respeito do tratamento de HIV no Brasil! A história é narrada em capítulos intercalados entre os três personagens principais, entretanto os capítulos de Ian brilham justamente por termos esse panorama de quais são os primeiros passos para um tratamento.
Já com relação aos demais personagens, gostei muito de como cada um tem um papel fundamental para termos uma visão completa sobre o assunto da história! Victor é aquele personagem que pouco conhece sobre o vírus e muito de sua opinião e medo foi moldada pelo conhecimento comum, a evolução desse personagem na história e sua relação com Henrique é um dos pontos altos da história (pra mim).
Já Henrique traz muitos relatos sobre como é viver com HIV, acredito que o Lucas tenha feito muita pesquisa e conversado com muita gente para conseguir criar um personagem tão verossímil.
É incrível ver com o livro conscientiza, mas acredito que o tópico principal do livro seja o amor, apoiar as pessoas (estar ali por elas) em momentos difíceis significa amar. Temos alguns personagens secundários que comprovam isso - e esses momentos na história são os mais belos.
Com relação a nova edição, eu nem preciso dizer que amei, né? A nova arte da capa está incrível! Além disso junto com o livro veio marcadores, um pôster e uma carta muito caprichada do autor, deixarei a foto abaixo!
É sempre válido lembrar que:
HIV NÃO MATA.
PRECONCEITO SIM.