Autor(a): André Diniz
Editora: DarkSide Books
Há pouco mais de um século, no final do ano de 1904, o Brasil vivia uma crise social e sanitária. Enquanto o país tentava se ajustar à recente mudança de sistema de governo, de Império para República, proliferavam-se as moléstias causadas pelo saneamento precário, e por mosquitos e ratos, como a varíola, a febre amarela e a peste bubônica. O epicentro da crise era a então Capital Federal do país, a cidade do Rio de Janeiro, em que essa crise social se transfigurava em uma crise urbanística. O Rio era uma cidade caótica, de urbanização colonial, despreparada para comportar a própria população, que crescia cada vez mais. Além de destino de emigrantes de todas as partes do país e do mundo, no alvoroço de seu ambiente social coabitavam os herdeiros da escravidão, recém-libertos, e uma elite que buscava repelir toda a cultura não dominante, ou seja, dos pobres e de matriz africana. Nada que não tenha persistido – ou se intensificado – com a passagem do século. A solução encontrada para a crise urbanística foi uma reforma geral na cidade, em que os moradores de cortiços foram escorraçados para os morros da cidade. A solução para a epidemia foi a vacina compulsória, idealização do sanitarista Oswaldo Cruz, o que gerou uma revolta na população. Esse é o pano de fundo para a história de Revolta da Vacina, do renomado quadrinista André Diniz, autor de mais de trinta obras, entre elas Morro da Favela, e vencedor de inúmeros prêmios como roteirista e ilustrador de histórias em quadrinhos. Na obra, acompanhamos a trajetória de Zelito, um jovem ilustrador cearense que parte para o Rio de Janeiro e tem seis meses para provar ao pai que poderá construir uma carreira de futuro. Na capital, enquanto procura trabalho como cartunista nos jornais, ele se envolve nas manifestações que iriam culminar na rebelião que sacudiu a cidade naquele ano de 1904
“Sem qualquer esclarecimento sobre a eficácia da vacinação, a população sabia apenas que brigadas de vacinadores, acompanhadas por policiais armados, teriam autorização para violar residências, vacinar as pessoas e prender os que se recusassem a tomar a danada. Até mesmo Rui Barbosa declarou que ninguém teria o direito de contaminar o próprio sangue com um vírus. Imaginem então o que achava a população mais pobre e afastada da educação formal. Àquela época, o próprio princípio da vacinação era polêmico.” Posfácio do historiador Luiz Antonio Simas.
Meu único "medo" com essa Gn são as ilustrações em preto e branco rs(eu sou cegueta, aí já viu né?) Eu sofri demais para ler Maus, por conta das ilustrações assim, mas a gente se esforça rs
ResponderExcluirEu jurava que era um livro e foi uma deliciosa surpresa saber que é uma Graphic, e não, não é revolta dos negacionistas de agora, é algo com fundo histórico e isso é mais animador ainda!!!
Com certeza, quero muito ler!
Beijo
Angela Cunha/O Vazio na flor
Leo!
ResponderExcluirBom ver uma história ambientada na República no início do século XX, ainda mais sendo uma HQ que torna tudo bem lúdico e mais atrativo de fazer a leitura. Claro que fiquei aqui me perguntando o que será que aconteceu com Zelito? Mas já sei que vai dizer que terei de ler para saber... E como parece com nosso momento.
cheirinhos
Rudy
Narrativa super interessante e o fato de ser uma graphic novel deixa ainda melhor! A literatura nacional merece ser lida e gosto muito do fato de se passar durante um período histórico que a gente conhece devido as aulas de história!! Ameii
ResponderExcluir@yasmindeciles
Temática mais atual não poderia haver. E o fato de ser um GN em P&B torna a leitura ainda mais forte e tensa
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