RESENHA: CONTOS DO ESCRITÓRIO

 

CONTOS DO ESCRITÓRIO
Autor(a):  Roberto Mariani
Editora: Martin Claret

Páginas: 136

Ano de publicação: 2021

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Uma edição com oito pequenas obras-primas, Contos do escritório desnuda a fina trama mental dos homens de terno e gravata da Argentina no início do século XX. Através do uso do grotesco, o autor não se limita apenas a fotografar a realidade ao seu redor, mas desnudá-la em suas histórias. O trabalho de Roberto Mariani, autor argentino inédito no Brasil, chega aos leitores em uma tradução realizada por Renata Moreno.

 

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Contos do escritório lançado pela editora Martin Claret. O livro é de autoria de Roberto Mariani e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.

Em "Contos do escritório" nós mergulhamos em uma rotina que, ao  primeiro contato, parece corriqueira e até mesmo um pouco banal. O dia-a-dia no trabalho do nosso eu-lírico pode trazer aquela sensação de que já sabemos sobre o que o conjunto de oito contos escritos por Roberto Mariani irá se tratar, porém já digo: não confie muito nessa primeira impressão. 

Considerado um autor consagrado, o argentino Roberto Mariani foi publicado este ano pela editora Martin Claret e nossa, como eu fiquei feliz por ter em mãos uma narrativa tão rica, sutil e certeira como essa. 

Ambientado no início do século XX (época conturbada pela ditadura no país em questão), Mariani consegue retratar toda a realidade daqueles anos cruéis em suas páginas. Como já disse anteriormente, os oito contos são curtos - e é aí que mora o grande feito dessas narrativas -, são diretos e principalmente, incomodam e nos fazem refletir. 

Dono de uma escrita abstrata e, em alguns pontos, filosófica; eu gostei muito da forma como o autor consegue criar personagens tão complexos em tão pouco tempo! Talvez parte da complexidade deles esteja justamente na forma como eles nos fazem refletir a respeito de nossa própria existência. 

Conforme o título mesmo narra, tais contos se passam em um escritório, todavia podemos levar esse ambiente para o lado mais metafórico (pelo menos foi assim que eu compreendi alguns momentos), e ampliar esse ambiente tão comum a todos nós para algo que atribua a nossa própria realidade. 

Eu só fiquei triste pelo livro ser tão curto, acredito que leria mais contos do autor com grande animação e que mais reflexões a respeito da nossa natureza seriam bem-vindas! Até receber esse livro aqui em casa eu não conhecia nada sobre o autor, por isso fiquei extremamente feliz com esse primeiro contato e provavelmente irei pesquisar mais a respeito dele  (e torcer também para que sua obra seja publicada aqui no Brasil!).