CIRCE
Autor(a): Madeline Miller
Editora: Planeta
Páginas: 368
Ano de publicação: 2020
Compre através deste link.
Uma releitura corajosa e atual da trajetória de Circe, a poderosa – e incompreendida – feiticeira da Odisseia de Homero #1 do The New York Times, ganhador do Goodreads Awards de a melhor fantasia de 2018. Na casa do grande Hélio, divindade do Sol e o mais poderoso da raça dos titãs, nasce uma menina. Circe é uma garotinha estranha: não parece ter herdado uma fração sequer do enorme poder de seu pai, muito menos da beleza estonteante de sua mãe, a ninfa Perseis. Deslocada entre deuses e seus pares, os titãs, Circe procura companhia no mundo dos homens, onde enfim descobre possuir o poder da feitiçaria, sendo capaz de transformar seus rivais em monstros e de aterrorizar os próprios deuses. Sentindo-se ameaçado, Zeus decide bani-la a uma ilha deserta, onde Circe aprimora suas habilidades de bruxa, domando perigosas feras e cruzando caminho com as mais famosas figuras de toda a mitologia grega: o engenhoso Dédalo e Ícaro, seu filho imprudente, a sanguinária Medeia, o terrível Minotauro e, é claro, Odisseu. E os perigos são muitos para uma mulher condenada a viver sozinha em uma ilha isolada. Para proteger o que mais ama, Circe deverá usar toda a sua força e decidir, de uma vez por todas, se pertence ao reino dos deuses ou ao dos mortais que ela aprendeu a amar. Personagens vívidos e extremamente cativantes, aliados a uma linguagem fascinante e um suspense de tirar o fôlego, fazem de Circe um triunfo da ficção, um épico repleto de dramas familiares, intrigas palacianas, amor e perda. Acima de tudo, é uma celebração da força indomável de uma mulher em meio a um mundo comandado pelos homens.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Circe lançado pela editora Planeta. O livro é de autoria de Madeline Miller e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Antes de começar essa resenha, é importante salientar que o motivo de eu ter me interessado a ler "Circe" foi por conta de um outro livro chamado "A canção de Aquiles", da mesma autora. Madeleine Miller tem a incrível capacidade de criar uma releitura completamente única e autoral de histórias clássicas.
Enquanto Aquiles, uma das figuras centrais do clássico Ilíada, de Homero, ganhou um novo foco em seu primoroso trabalho, nesse livro nós vamos nos aprofundar em Circe, divindade que aparece na famosa Odisséia do herói Odisseu. Sua aparição no clássico é quase ínfima, assim como de todas as mulheres que aparecem nessa história. A partir daí Miller construiu uma trajetória única e tão bem contada que apenas ela conseguiria escrever de forma tão efetiva.
Desde jovem menosprezada por seu pai (o deus Hélio) e sua mãe, Circe encontrou um deslocamento entre as grandes divindades por carecer do poder que eles emanavam. Tal ação provoca a ira da jovem, que em um ato de rebelião acaba recebendo a dura consequência do exílio na ilha de Eana.
Bruxa exilada pelos deuses, Circe passa seus dias naquela ilha que funciona como uma prisão, e todos os homens que ali repousam seus navios sofrem sua ira: são transformados em ratos. Circe, no entanto, é muito mais do que uma bruxa de plano de fundo, e só vamos sabendo mais sobre sua história conforme vamos mergulhando nesse livro.
Se em "A Odisséia" nós temos ela como coadjuvante, aqui o que acontece é uma inversão: Odisseu é apenas um figurante, que ocupa algumas poucas páginas da vasta existência da bruxa. Em "Circe" começamos a história da protagonista logo em sua infância, sendo guiados então até seu exílio e todos os heróis que passaram por seu caminho.
Figuras como o inventor Dédalo e o jovem Ícarus também aparecem, mas nada rouba o protagonismo e desenvolvimento de Circe... e nossa, que desenvolvimento. Se em "A canção de Aquiles" eu fiquei fascinado com a progressão de Pátroclo e Aquiles, dessa vez é impossível não se impressionar (e emocionar) com Circe, que tem muito mais a mostrar do que as narrativas clássicas exibem.
Narrado em primeira pessoa, eu simplesmente mergulhei nessa história e foi muito difícil dizer adeus quando cheguei ao seu final. Poético, doloroso e completamente necessário, principalmente para aqueles que tem curiosidade em mitos gregos e não sabem por onde começar!