O REFÚGIO DOS LOBOS
Autor(a): Wiler A. do Carmo Jr.
Editora: Independente
Páginas: 278
Ano de publicação: 2022
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"Argon tinha sete anos quando roubou pela primeira vez." Argon acaba de perder os pais para a peste que surgiu em Lathar, a capital do reino de Larethian, após um verão de chuvas atípicas, e é forçado a vagar pelas ruas da cidade em busca de comida e abrigo, sendo rejeitado até mesmo pelos que se encontram na mesma situação. Em certo ponto, após dias sem comer um farelo de pão sequer, percebe que a única possível solução para sua sobrevivência é roubar.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro O refúgio dos lobos lançado de forma independente. O livro é de autoria de Wiler A. do Carmo Jr. e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
A capital do reino de Larethian passa por tempos de miséria após uma doença viral que matou um enorme número de pessoas, inclusive os pais de Argon. O rapaz então, de apenas sete anos de idade, se viu órfão e tendo que revirar o lixo dos outros para encontrar algo para comer, e assim, sobreviver - mas nem isso tem sido o suficiente.
O jovem chega a um de seus extremos quando percebe que suas chances de sobreviver ao inverno são praticamente nulas em seu atual estado; não adianta pedir emprego (toda a cidade sofre com a falta de dinheiro e, também, com o desemprego) ou suplicar por comida a terceiros (já que muitos estão tão famintos quanto ele): ele terá que roubar.
Durante o ato, Argon acaba encontrando mais dois garotos que o acolhem em uma alcateia de garotos órfãos, ignorados pela sociedade de Lathar. Esses garotos (autointitulados lobos), possuem uma espécie de acordo fraternal de viver em sociedade em lugares abandonados da capital e tentarem sobreviver juntos, sendo cada um designado a uma tarefa específica.
E a Argon, fica a tarefa de ensinar os meninos a ler (habilidade que aprendeu com seu falecido pai, antes da peste mudar sua vida para sempre). Com isso, Argon encontra o que pode ser uma família, todavia, viver a margem da sociedade é uma tarefa difícil, mesmo em grupo quando Santhir, um dos lobos desaparece misteriosamente, a missão de encontrá-lo pode ser mais difícil do que aparenta.
Bom, aqui somos introduzidos a uma série de personagens conforme o próprio Argon vai os conhecendo e se integrando a alcateia. Guhlean, Avhas, Anahin, Joel, Rhos e muitos outros vão ganhando destaque conforme a narrativa evolui! Uma coisa que eu gostei de acompanhar foi a forma como a própria história é amarrada em si, esse é o primeiro volume de uma provável série, mas o livro funciona bem por si só apresentando uma introdução ao cenário fantasioso e também ao conflito que é estabelecido logo no início da segunda parte da história: o desaparecimento de Santhir.
Com relação a isso, eu fiquei bem feliz com todo o desenvolvimento pro clímax final, que por mais que seja um tanto melancólico, atribuí em muito pro crescimento daquele grupo de garotos. Além disso, o livro reserva uma boa sequência de ação em um local chamado "Arena da Justiça" que te deixa ansioso para ler a próxima página! Argon, por mais que seja apenas uma criança, possuí uma perspicácia impressionante, e conforme outros personagens já dizem, tem tudo para ser um grande homem.
A integração de Argon aos lobos vai sendo gradual, e o mais legal da leitura foi conhecer os outros personagens! Criei um afeto especial a Rhos e Guhlean (e seus monólogos). É interessante ver como o autor faz referências a própria importância da literatura, escrita e retórica em seu mundo, o que deixou o livro com um gostinho bem especial para mim.
Quer uma história de fantasia medieval com uma ótima construção de universo? Bom, o primeiro livro d'As Crônicas do Tirano está aí, te esperando para conhecê-lo!
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