Autor(a): Elena Ferrante
Editora: Intrínseca
Páginas: 176
Ano de publicação: 2016
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Lançado originalmente em 2006 e ainda inédito no Brasil, o terceiro romance da autora que se consagrou por sua série napolitana acompanha os sentimentos conflitantes de uma professora universitária de meia-idade, Leda, que, aliviada depois de as filhas já crescidas se mudarem para o Canadá com o pai, decide tirar férias no litoral sul da Itália. Logo nos primeiros dias na praia, ela volta toda a sua atenção para uma ruidosa família de napolitanos, em especial para Nina, a jovem mãe de uma menininha chamada Elena que sempre está acompanhada de sua boneca. Cercada pelos parentes autoritários e imersa nos cuidados com a filha, Nina parece perfeitamente à vontade no papel de mãe e faz Leda se lembrar de si mesma quando jovem e cheia de expectativas. A aproximação das duas, no entanto, desencadeia em Leda uma enxurrada de lembranças da própria vida — e de segredos que ela nunca conseguiu revelar a ninguém.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro A filha perdida lançado pela editora Intrínseca. O livro é de autoria de Elena Ferrante e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Leda é uma professora universitária que teve uma série de mudanças na sua vida após a independência de suas duas filhas. Agora, Leda possui um tempo livre que até então não usufruía, e com ele uma série de reflexões a respeito do próprio papel de mãe que Leda teve em sua vida e sobre o tipo de mãe que foi pra suas filhas.
Procurando um descanso de tudo isso, Leda decide viajar para o litoral durante um final de semana, onde poderá desfrutar de uma boa leitura e alguns dias na beira mar. Ao chegar lá, no entanto, Leda se vê fascinada pela família de napolitanos que compartilha a mesma praia que ela, em especial por uma jovem mãe chamada Nina.
Todos os dias, ao chegar na praia, Leda logo vira o pescoço para analisar a Nina e sua pequena filha, que brinca com uma boneca. A relação de Nina com sua filha faz Leda voltar anos atrás, quando ela mesma era uma mãe iniciante.
Após uma tempestade cortar a rotina de todos ali da praia, fazendo-os sair as pressas, Leda encontra a boneca da filha de Nina na praia, e em uma refusa de devolver a boneca a menina, Leda mergulha em sua própria história em um retrato cru sobre uma mulher que se tornou mãe.
Esse é meu segundo contato com a escrita de Ferrante, o primeiro livro que li da autora foi "A vida mentirosa dos adultos", que foi enviado pelo clube Intrínsecos e logo em seguida publicado pela editora. No primeiro livro, acabei gostando de diversos elementos da narrativa, mas achei ela um tanto longa e cansativa em algumas partes, aqui em "A filha perdida" nós não temos isso.
A filha perdida é bem mais curto e já vai direto ao ponto. Uma coisa que eu amo na escrita da Elena é o fato de que ela é completamente única! Ao ler eu tive a impressão de estar lendo o relato de uma pessoa real, de tão cru e complexo que ele é. Imagino que muitas mães devam passar pelas sensações e experiências que são relatadas por Leda, mas têm medo de compartilhar essas ideias por serem "humanas" demais.
A escrita da autora é bem digressiva, ou seja, em muitos momentos nós mergulhamos na mente de Leda... Suas memórias se fundem ao presente na narrativa e criam algo que, pelo visto, parece ser uma das características da autora.
Impressionante, cru e muito humano. Eu amei a experiência que foi ler "A filha perdida" e mal posso esperar para ler outros livros dela.