PRAZERES VIOLENTOS
Autor(a): Chloe Gong
Editora: Alta Novel
Páginas: 540
Ano de publicação: 2022
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O ano é 1926, e Xangai responde à melodia da devassidão. Uma disputa sangrenta entre duas gangues tinge as ruas de vermelho, deixando a cidade totalmente indefesa, nas mãos do caos. No coração disso tudo está Juliette Cai, uma jovem de dezoito anos e ex-melindrosa que voltou para assumir seu posto como a orgulhosa herdeira da Sociedade Escarlate — uma organização criminosa muito acima da lei. Seus únicos rivais à altura são os Rosas Brancas, que combateram os Escarlates por gerações. Por trás de cada uma de suas ações está seu herdeiro, Roma Montagov, o primeiro amor de Juliette… e seu primeiro traidor. Entretanto, quando gangsteres de ambos os lados dão sinais de instabilidade, culminando no ato de dilacerar o próprio pescoço, as pessoas começam a murmurar. Sobre uma epidemia, um surto. Sobre um monstro nas sombras. À medida que as mortes aumentam, Juliette e Roma precisam deixar suas armas — e seus rancores — de lado e trabalhar juntos. Afinal, se não puderem impedir essa catástrofe, não sobrará cidade alguma para dominarem.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Prazeres Violentos lançado pela Alta Novel O livro é de autoria de Chloe Gong e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Em uma Xangai da década de 1920 nós conhecemos Juliette Cai, herdeira de uma máfia intitulada "Os escarlates. Após passar quatro anos no continente americano em uma espécie de exílio, Juliette retorna a Xangai na intenção de tomar conta dos negócios locais, e descobre que sua cidade está mergulhada no caos.
Isso por conta da intriga entre a sociedade em que Juliette agora ordena e os Rosas Brancas, uma máfia russa que pode bater de frente com os Escarlates. A briga e tentativa de domínio uma sobre a outra já atravessa gerações, mas esse conflito parece ter atingido um novo ápice com o retorno de Juliette.
A garota (de apenas dezoito anos) arma então uma estratégia para dar um fim de vez aos Rosas Brancas, no entanto, ela acaba descobrindo que o herdeiro dos russos não é ninguém mais do que Roma Montagov - com quem teve uma relação enquanto estava no território americano.
De amigos a inimigos e bem... talvez amantes? É inegável que Juliette sente algo pelo herdeiro dos Rosas Brancas, mas é difícil distinguir qual sentimento predomina sua mente e seu coração, afinal ela tem um dever com a sociedade Escarlate - e este dever está intrinsecamente ligado a morte de Roma e todo o seu grupo. Mas então, o que fazer?
"This violent delights have violent ends"
Uma das frases mais icônicas do clássico "Romeu e Julieta", de Shakespeare, dá título a esta duologia escrita por Chloe Cong, "Prazeres Violentos", ou então "This violent delights", faz uma releitura do clássico em uma Xangai prestes a explodir. E já adianto que o que mais me surpreendeu nesse livro foi a ausência de romance e a complexidade política que o enredo evoca durante esse primeiro livro.
Todos conhecem Romeu e Julieta por ter esse amor idealizado entre o jovem casal, que sofre as desavenças da família e do destino para, então, beirar a tragédia. Prazeres violentos não segue essa linha, Gong decide então focar na disputa entre as duas gangues por território e nos oferece uma ambientação histórica.
Isso porque Xangai de fato viveu uma realidade turbulenta na década de 1920, já que o território chinês foi invadido por diversos países em uma tentativa de colonizar parte daquela terra. Usando esse fato como base, Gong constrói uma narrativa poderosa - e, em diversos momentos, lenta - para seu primeiro livro publicado.
A história funciona, até porque a autora incrementa um elemento de mistério (um suposto monstro que está matando as pessoas em Xangai) para aproximar os protagonistas e então desenvolver o relacionamento entre eles, mas em alguns momentos da narrativa em senti que ela perdeu o fôlego e lutou para reconquistá-lo.
De fato a história se renova, mas acabei demorando um pouco pra ler esse livro por conta desses momentos onde falta fluidez. De resto, gostei muito da história, principalmente por envolver esses elementos mais políticos e deixar o romance em segundo plano! Mas fiquem tranquilos que tem romance sim, só não é o foco da autora - não nesse primeiro livro.
Mas quem sabe no próximo? Quero muito ler a continuação da duologia para saber seu final, até lá, vamos esperar!