Organizadores: Roberto Marcio
Editora: Sete Autores
Páginas: 160
Ano de publicação: 2024
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Visite Nova Lima e se emocione com esta incrível narrativa recheada de história, emoção e... literatura! Jornadas rumo ao passado e presente de uma cidade cujas entranhas jorram ouro. Momentos de descobertas, lutas e encontros. Percursos onde culturas diferentes se mesclaram. Conheça o relato de Diana, sua trajetória de vida na cidade mineira chamada de “terra do ouro”, e como esse metal precioso moldou a história desta localidade e de seu povo.Surpreenda-se com acontecimentos históricos que deram origem a uma rica cidade, e também com um inimaginável e inusitado passeio pelos clássicos da literatura anglo-americana, em meio a uma instigante trama ficcional. Junto com a protagonista nova-limense, seu marido e um amigo do casal, adentre uma enigmática mansão inglesa e acompanhe Diana, Hélio e Walton em seu "chá das 5" literário - uma experiência de conhecimento, superação e celebração da vida, através de jornadas literárias que perpassam as complexidades da alma humana.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Chá das 5 na terra do ouro, lançado pela editora Sete Autores. O livro é de autoria de Roberto Marcio e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Em Chá das 5 na Terra do Ouro, somos conduzidos pela voz de Diana, uma mulher que ama profundamente a literatura inglesa e carrega consigo o peso e o encanto da história de pequena sua cidade natal chamada Nova Lima, em Minas Gerais. Com a pai de Diana trabalhando para o sr. Walton, um homem muito rico de origem inglesa. Não demorou muito para que a garota fosse contratada pelo homem para ser sua acompanhante.
"Meu amor pela palavra escrita, minha vida na cidade considerada a terra do ouro. A conexão com os ingleses. As viagens dentro da biblioteca. O chá das cinco que virou terapia. A descoberta do amor na maturidade... Que insólita mescla! Por cima de tudo, ainda tem a interessantíssima história da cidade, da qual quero contar um pouquinho. Mas, prezado leitor, se está se perguntando o porquê de falar da história da cidade, eis a resposta: através da palavra escrita, adquiri voz e decidi usá-la como forma de divulgar minha terra, o cenário que contextualiza minha narrativa (mas é ainda meio desconhecido para o resto do país)."
É nesse ofício que Diana conhece seu futuro marido, um homem chamado Helio que mesmo com uma deficiência visual, compartilha o mesmo amor que Diana: O amor pela literatura. É esse vínculo, na verdade, que une os dois ao patrão da moça. No momento em que Denzel Walton morre, é incubida a Diana a tarefa de levar as cinzas do ex-patrão para a Inglaterra, e nisso o casal acaba fazendo um tour por diversos locais da Europa.
É em Portugal que o casal conhece Ignez, a jornalista portuguesa conhecida por seu programa sobre literatura na terra de Camões. Após uma conversa, Diana é convidada a contar sua história para Ignez através de cartas que contariam sobre sua própria trajetória de vida, além das memórias de uma Nova Lima moldada pela mineração e da família inglesa de seu patrão, cujas raízes estão fincadas no Morro Velho.
Que prazeroso que foi ler esse livro, com certeza uma ótima surpresa! Amo histórias que exaltam o poder transformador da literatura, e ver isso através da ótima de Diana foi, com certeza, o ponto alto da minha leitura de "Chá das 5 na terra do ouro".
Muito além do mundo dos livros, Roberto consegue explorar a identidade de uma cidade que, pra mim, é muito nova e surpreendente. Gostei muito da maneira como o autor nos mergulha nas profundezas de uma cidade cujas riquezas subterrâneas impulsionaram o desenvolvimento e moldaram o destino de gerações. É nesse contexto que Diana reflete sobre a mistura de culturas – a mineira e a inglesa – e como essa convivência formou a identidade local, marcada pela luta dos trabalhadores, pelos ciclos de prosperidade e declínio, e pelo florescimento do município.
Acompanhamos tudo isso com as diversas correspondências de Diana, e claro que o autor se apoia no fato da literatura inglesa estar intrínseca a cidade para trazer dois contos dos quais eu amo de paixão,, como O Príncipe Feliz, de Oscar Wilde, e O Coração Denunciador, de Edgar Allan Poe. Uma coisa que eu achei muito legal e que dá uma outra camada para toda essa história foi que o próprio autor do livro traduziu esses contos e os colocou como capítulos em sua narrativa.
Eu achei muito interessante a forma como eles acabam se integrando a história, e acredite, funciona muito bem na narrativa no geral. As imagens no final do livro nos ajuda a entrar mais no clima dessa pequena cidade, o resultado? Uma leitura leve, apaixonante e que demarca o que mais importa na nossa vida: a relação que construímos com as pessoas e os livros.