19 de outubro de 2024

RESENHA: CEM ANOS DE SOLIDÃO

 


Organizadores: Gabriel García Márquez
Editora: Record
Páginas: 448
Ano de publicação: 2024
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Em Cem anos de solidão , um dos maiores clássicos da literatura, o prestigiado autor narra a incrível e triste história dos Buendía — a estirpe de solitários para a qual não será dada “uma segunda oportunidade sobre a terra” e apresenta o maravilhoso universo da fictícia Macondo, onde se passa o romance. É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. Para além dos artifícios técnicos e das influências literárias que transbordam do livro, ainda vemos em suas páginas o que por muitos é considerado uma autêntica enciclopédia do imaginário, num estilo que consagrou o colombiano como um dos maiores autores do século XX.Em nenhum outro livro García Márquez empenhou-se tanto para alcançar o tom com que sua avó materna lhe contava os episódios mais fantásticos sem alterar um só traço do rosto. Assim, ao mesmo tempo em que a incrível e triste história dos Buendía pode ser entendida como uma autêntica enciclopédia do imaginário, ela é narrada de modo a parecer que tudo faz parte da mais banal das realidades.


Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Cem anos de solidão, lançado pela editora Record. O livro é de autoria de Gabriel García Márquez e a resenha foi escrita por Leonardo Santos. 

Pra começar, Cem Anos de Solidão foi lançado em 1967 e rapidamente se tornou um marco na literatura. O livro conta a saga da família Buendía, que vive na fictícia Macondo, uma pequena vila que parece existir num tempo e espaço suspensos. A história abrange sete gerações dessa família, e o incrível é como García Márquez faz com que Macondo e seus habitantes pareçam ao mesmo tempo universais e profundamente enraizados na cultura latino-americana.

Logo nas primeiras páginas, temos o episódio em que José Arcadio Buendía, o patriarca da família, descobre o gelo trazido por mercadores. Esse momento, aparentemente banal, é descrito com uma grandiosidade que já dá o tom para o resto do livro: o realismo mágico em seu auge. O extraordinário não é algo que precisa ser explicado ou justificado, é parte integrante da vida em Macondo, e os personagens simplesmente convivem com isso.

O que mais me encanta em Cem Anos de Solidão é como García Márquez consegue equilibrar o épico com o íntimo. Ao longo das mais de quatrocentas páginas, acompanhamos guerras civis, paixões proibidas, revoluções e catástrofes naturais, mas também somos levados para dentro dos conflitos internos e das angústias pessoais dos Buendía. Cada geração da família parece estar condenada a repetir os erros da anterior, num ciclo de solidão que, aos poucos, vai corroendo os sonhos e esperanças dos personagens.

Os temas de solidão, fatalismo e repetição permeiam a narrativa, e a sensação de que o destino da família está selado desde o início cria uma tensão constante. Mas o livro não é só sobre tragédia; há também momentos de humor, ternura e magia, como as cenas em que Remédios, a Bela, simplesmente sobe aos céus em pleno dia, ou quando Rebeca, uma das personagens mais enigmáticas, desenvolve um vício estranho por comer terra.

A recepção de Cem Anos de Solidão foi avassaladora. O livro vendeu milhões de cópias e foi traduzido para dezenas de línguas. García Márquez ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1982, e essa obra foi, sem dúvida, um dos principais motivos para esse reconhecimento. O realismo mágico, gênero do qual ele é um dos maiores expoentes, tornou-se uma referência global, influenciando não apenas escritores, mas também cineastas, artistas e músicos.

Um dos aspectos mais fascinantes do livro é a sua estrutura circular. O tempo em Cem Anos de Solidão não é linear, e García Márquez brinca com a ideia de que o passado, o presente e o futuro estão sempre se sobrepondo. A repetição dos nomes na família Buendía (quantos Aurelianos e José Arcadios!) é um reflexo disso: as mesmas histórias de amor, traição e tragédia se repetem, e os personagens parecem incapazes de escapar desse ciclo. Essa estrutura faz com que a leitura tenha um ritmo quase hipnótico, como se o leitor estivesse preso em uma dança com o destino dos Buendía.

No fim das contas, Cem Anos de Solidão é, acima de tudo, um tributo à capacidade da ficção de transformar a realidade em algo infinitamente mais rico e mais verdadeiro. Se você ainda não leu esse clássico, corra para ler. E se já leu, vale a pena revisitar. Como sempre, deixem nos comentários o que acharam da resenha e do livro!


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Leonardo Santos



Olá leitories! Meu nome é Leonardo Santos, tenho 28 anos, sou de São Paulo mas atualmente estou em Guarulhos cursando Letras! Minha paixão pela leitura começou desde muito cedo, e é um prazer compartilhar minhas leituras e experiência com vocês!

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