RESENHA: NEXUS

 

Organizadores:  Yuval Noah Harari 

Editora: Companhia das Letras 

Páginas: 504

Ano de publicação: 2024

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Nos últimos 100 mil anos, nós acumulamos um imenso poder. No entanto, mesmo com todas as nossas descobertas e conquistas, estamos diante de uma crise sem precedentes, com um colapso ambiental iminente e desinformação correndo solta. A chegada da era da inteligência artificial também representa um perigo para nós. Afinal, por que somos tão autodestrutivos apesar de tudo o que conquistamos? Nexus olha para a nossa história e avalia como o fluxo de informações moldou a nós e o mundo onde vivemos. Em uma narrativa que vai desde a Idade da Pedra e passa pela canonização da Bíblia, pelas primeiras caças às bruxas modernas, pelo stalinismo, pelo nazismo e pelo ressurgimento do populismo hoje, Yuval Noah Harari nos convida a examinar a complexa relação entre informação e verdade, burocracia e mitologia, sabedoria e poder. O autor explora como as várias sociedades e sistemas políticos utilizaram informações para atingir seus objetivos – para o bem e para o mal –, assim como as escolhas que precisamos fazer num momento em que a inteligência não humana ameaça a nossa própria existência.A informação não é a matéria-prima da verdade, tampouco uma mera arma. Nexus explora o meio-termo esperançoso entre esses extremos e redescobre a humanidade que nos une. 

 

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Nexus: Uma breve história das redes de informação, da Idade da Pedra à inteligência artificial, lançado pela editora Companhia das Letras. O livro é de autoria de Yuval Noah Harari e a resenha foi escrita por Leonardo Santos. 

Harari já é conhecido por abordar temas antropológicos filosóficos sobre o passado, presente e, especialmente, o futuro da humanidade, eu já ouvi falar (e muito) e Sapiens, seu livro mais famoso, mas nunca li! "Nexus" é meu primeiro contato com o autor. Nesse livro, ele foca em como a tecnologia está conectando e desconectando a sociedade ao mesmo tempo, e o impacto disso na essência da nossa civilização. O conceito de "Nexus" é basicamente a interseção entre o humano e a máquina, onde a linha entre o biológico e o digital se torna cada vez mais borrada.

Ao longo do livro, Harari explora os avanços tecnológicos, desde IA até bioengenharia, e os questionamentos éticos que surgem com essas novas fronteiras. O que mais me chamou atenção foi o modo como ele apresenta o fato de que estamos nos aproximando de uma realidade em que os humanos podem não ser mais os "donos" de si mesmos. A maneira como ele levanta esse ponto faz você refletir se o controle ainda está em nossas mãos ou se já estamos entregando cada vez mais o poder para sistemas que sequer compreendemos.

É impossível ler "Nexus" sem pensar na forma como a sociedade atual está sendo moldada. Harari não traz respostas prontas, o que é algo que gosto muito nele; ao invés disso, ele nos coloca para pensar. Enquanto você lê, vai se pegar questionando se as inovações são o caminho para uma utopia ou o início de uma distopia. E não posso deixar de mencionar a forma como ele faz paralelos históricos. A todo momento, ele usa o passado para nos fazer enxergar o presente de maneira mais crítica. Esse é o toque Harari de sempre.

O que me faz recomendar esse livro é a forma única como Harari consegue misturar ciência, filosofia e história. Ele nos desafia a pensar fora da caixa, a olhar para o futuro com uma visão que mistura fascínio e temor. Se você, assim como eu, curte essas discussões sobre o impacto da tecnologia nas nossas vidas, esse livro é obrigatório.

Então, pra finalizar, "Nexus" é aquele tipo de leitura que vai te deixar com mais perguntas do que respostas, e é exatamente esse o charme dele. Harari continua sendo uma das vozes mais importantes do nosso tempo, sempre nos lembrando que, mais do que nunca, precisamos refletir sobre os caminhos que estamos trilhando. Vai fundo nessa leitura, você não vai se arrepender!