RESENHA: PÁ DE CAL

 

Organizadores: Gustavo Ávila 

Editora: Record

Páginas: 424

Ano de publicação: 2024

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Inês é uma neurocientista reconhecida por suas pesquisas em busca da cura do Alzheimer. Após um trágico acontecimento, ela se fecha em sua dor e inicia uma jornada obsessiva cujos desdobramentos podem ser incontroláveis.Sete estranhos acordam sem memória em casas espalhadas no meio de uma floresta. Sem lembranças, a única informação que eles têm vem de uma carta enigmática acompanhada de uma chave. Somente aquele que reunir sete chaves poderá se lembrar de quem verdadeiramente é.Sandro é um enfermeiro solitário que vive em uma sociedade segregada devido a uma doença degenerativa contagiosa. Com grande parte da população incapacitada, cabe a ele, e aos que ainda têm condições, manter o que restou do pacto social.Mesclando três linhas narrativas distintas, Gustavo Ávila, autor do sucesso O sorriso da hiena , nos guia pelo labirinto da mente humana, cruzando uma trilha de mistérios, intrigas e profundas reflexões. Até onde o ser humano é capaz de ir para fugir da dor? Para obter respostas? E o que estaria disposto a fazer para preencher seu vazio?

 

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Pá de Cal, lançado pela editora Record. O livro é de autoria de Gustavo Ávila e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.   

Uma palavra define bem Pá de Cal: impactante. Gustavo Ávila, conhecido por sua narrativa contundente em O Sorriso da Hiena (que eu ainda não li), retorna com uma proposta mais experimental ao explorar as fronteiras mais obscuras e dolorosas da nossa própria natureza. 

Partindo de três linhas narrativas distintas, a trama acompanha a neurocientista Inês, o enfermeiro solitário Sandro e um grupo de sete desconhecidos isolados em uma floresta. Cada personagem, preso em suas próprias jornadas.

Inês, uma neurocientista de destaque cuja vida é devastada por um trauma que a lança em uma busca por respostas e pela cura do Alzheimer; Sandro, um enfermeiro solitário que luta para manter o equilíbrio em uma sociedade profundamente afetada por uma doença degenerativa e contagiosa; e um grupo de sete estranhos, que acordam sem memória em uma floresta densa, cada um com uma chave e uma carta enigmática. Unidos por uma promessa vaga: aquele que reunir todas as sete chaves recobrará sua identidade. 

A obra de Ávila não entrega uma história de fácil digestão e isso é um FATO. Pelo contrário, Pá de Cal exige uma entrega total às angústias dos personagens, principalmente quando cada um deles confronta a própria dor, identidade e moralidade. A narrativa desenvolve-se num ritmo tenso, em que o psicológico de cada protagonista vai se desdobrando de maneira implacável, revelando até onde o ser humano pode ir para fugir da própria dor ou preencher seu vazio existencial.

O autor constrói uma atmosfera opressiva, onde cada cenário — seja o laboratório de Inês, o hospital em que Sandro trabalha ou a floresta onde os sete estranhos vagam sem rumo. Em meio a mistérios e questionamentos, a jornada de cada um desafia o leitor a confrontar o quanto se está disposto a sacrificar para evitar o esquecimento ou para encontrar redenção.

Enfim, galera! Pá de Cal é uma leitura intensa e perturbadora, daquelas que mexem com a gente e permanecem na mente mesmo após o fim. Gustavo Ávila prova mais uma vez seu talento para criar histórias que nos desafiam e fazem questionar nossos próprios limites morais. Se você busca uma obra que vá além da superfície e entregue suspense com profundidade emocional, Pá de Cal é uma escolha certeira