Organizadores: Agatha Christie
Editora: L&PM
Páginas: 196
Ano de publicação: 2011
Mistérios sem solução. Fatos verdadeiros, prosaicos e que ninguém jamais conseguiria explicar. É com o objetivo de discutir esses casos que estão no limiar do entendimento humano que surge o Clube das Terças-Feiras, um grupo eclético formado por um escritor, um artista, um sacerdote, um ex-comissário da Scotland Yard e um procurador. O sexto elemento do grupo é na verdade a dona da casa onde acontecem as reuniões. Seu hobby é o tricô, mas enquanto trabalha com as agulhas, Miss Marple ouve cada relato com atenção. Aparentemente o dia a dia no pacato vilarejo de St. Mary Mead lhe trouxe certa experiência de vida para resolver mistérios que aos olhos comuns parecem não ter solução.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro A mansão Hollow, lançado pela editora L&PM. O livro é de autoria de Agatha Christie e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
"Os 13 Problemas" é uma coletânea de contos que marca a introdução de Miss Marple ao universo literário de Agatha Christie. Publicado originalmente em 1932, o livro reúne treze histórias interligadas por um grupo de amigos que se reúne para discutir casos aparentemente insolúveis.
Conhecido como O Clube das Terças-Feiras e formado por um grupo eclético de personagens, esse é o palco dessas discussões. Entre eles está Raymond West, um escritor cético e sobrinho de Miss Marple; a artista Joyce Lemprière; Sir Henry Clithering, ex-comissário da Scotland Yard; o pastor Dr. Pender; e o advogado Mr. Petherick. Cada um, ao longo das reuniões, apresenta um caso misterioso para que os demais tentem solucionar.
No entanto, é Miss Marple quem, com sua mente afiada e observação aguçada da natureza humana, quase sempre oferece a resposta correta. Sua habilidade não vem de experiência profissional ou métodos científicos, mas da profunda percepção sobre o comportamento humano, adquirida ao longo de anos vivendo no pequeno vilarejo de St. Mary Mead.
Essa abordagem coloca Miss Marple em contraste com outros detetives da literatura policial, como Hercule Poirot, também criado por Agatha Christie. Enquanto Poirot é metódico e baseia-se em sua "células cinzentas", Miss Marple confia em seu conhecimento empírico e na crença de que as pessoas tendem a repetir padrões de comportamento. Para ela, os crimes não são tão surpreendentes, pois refletem características que já observou em seus vizinhos e conhecidos.
Os contos abordam diferentes tipos de crimes e enigmas, sempre com um toque de ironia e engenhosidade característicos da autora. Em "A casa do ídolo de Astarté", Christie utiliza elementos de mistério e mitologia para criar uma tensão em torno de um assassinato cometido em meio a uma encenação teatral.
A estrutura episódica do livro permite que cada conto apresente um desafio diferente, o que eu acabei gostando bastante. Amo a forma como Christie consegue criar grandes tensões em narrativas pequenas que tenham impacto, demonstrando sua maestria em criar reviravoltas inesperadas. Além disso, o livro antecipa algumas das técnicas que Christie desenvolveria em romances posteriores, consolidando sua reputação como a Rainha do Crime.