RESENHA: DESCONECTADOS

Organizadores: Marcelo Marçal

Editora: Novo Século

Páginas: 408

Ano de publicação: 2025

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Será mesmo possível presenciar "experiências de vida real" em um universo virtual onde todos os nossos sentidos poderão ser testados? Com essa proposta o megaempresário Adam Goodwin, promete desconstruir todo o conceito por trás dos MetaVersos. No entanto, um ataque hacker durante a inauguração de seu novo mundo virtual resultou no aprisionamento e isolamento de inúmeros usuários.Quem estaria por trás desse ataque e quais seus motivos? Amanda Buckland, uma jornalista especializada em tecnologia, vê sua vida pessoal dividida entre os dois mundos e se lança em uma investigação arriscada, tentando desvendar esse mistério. Mas o que ela irá descobrir desafia ao limite entre a concreto e o ilusório...Em Desconectados somos levados a uma viagem emocionante para além das fronteiras da realidade, onde nada é o que parece ser. Prepare-se para questionar tudo o que você conhece e embarque nessa jornada ao limite da existência humana.

 

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Desconectados, lançado pela editora Novo Século. O livro é de autoria de Marcelo Marçal e a resenha foi escrita por Leonardo Santos. 

A resenha de hoje é especial pra mim, porque fala de um gênero que sempre teve um lugar cativo na minha estante: ficção científica. Desde a adolescência, quando devorava livros como Jogador Número 1, sempre fui fascinado por histórias que extrapolam o real e brincam com as possibilidades do futuro com realidades virtuais. E foi exatamente essa sensação que tive ao mergulhar em Desconectados!

Logo de cara, a premissa me fisgou: Adam Goodwin é um magnata da tecnologia que decide lançar o RealOne, um metaverso ambicioso que promete ir além da imersão; aqui, todos os sentidos humanos são testados. Mas no dia da inauguração, um ataque hacker muda tudo. Vários usuários acabam presos dentro desse universo virtual, e o que era pra ser uma revolução tecnológica se transforma num grande enigma.

É aí que entra Amanda Buckland, uma jornalista especializada em tecnologia que acaba se envolvendo numa investigação cheia de riscos. Dividida entre o mundo real e o virtual, Amanda precisa descobrir quem está por trás do ataque e o que exatamente está em jogo. E quanto mais ela mergulha, mais tudo à sua volta começa a parecer uma simulação.

Durante a leitura, me peguei com a mesma empolgação que sentia quando lia Jogador Número 1 pela primeira vez. A mesma mistura de tensão, fascínio tecnológico e aquela dose de crítica sobre até onde a humanidade está disposta a ir por controle ou conexão. Marçal acerta em cheio ao construir um universo que te envolve, mas também te desconcerta. A todo momento, a história provoca uma dúvida desconfortável: o que é mesmo real?

Amanda é uma protagonista que funciona muito bem. Inteligente, determinada e emocionalmente complexa. Já Adam, o criador do RealOne, é o tipo de personagem que você entende e questiona ao mesmo tempo. As decisões dele dividem opiniões e torna tudo muito mais difícil de ser avaliado! 

A ambientação do RealOne também é um destaque à parte. O tempo funciona de forma diferente, os sentidos são aguçados, e há uma atmosfera meio onírica, que remete a clássicos do sci-fi, mas com uma identidade própria. Amei a forma como Marcelo escreve sobre o impacto dela em quem somos, nas escolhas que fazemos e no que estamos dispostos a abrir mão por um ideal.

Desconectados é um sci-fi com ritmo ágil, cheio de reviravoltas, que entrega muito mais do que um simples "mundo virtual deu errado". Ele te faz pensar. Me vi completamente envolvido com a trama, torcendo por Amanda, desconfiando de todo mundo e, principalmente, revivendo o fascínio que só as boas histórias de ficção científica conseguem despertar.

Se você, assim como eu, cresceu se perdendo em futuros distópicos e realidades paralelas, pode ir fundo nessa leitura. Desconectados é uma ótima pedida, além de ser uma bela adição à ficção científica nacional.