Organizadores: Paloma Weyll
Editora: Labrador
Páginas: 170
Ano de publicação: 2025
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"Três mulheres, três crises, uma jornada de transformação. Melissa, médica renomada, sente-se perdida após anos tentando se encaixar nos padrões da família do marido. Rebeca, hair designer bem-sucedida, enfrenta os limites cruéis que a sociedade impõe às mulheres que envelhecem sem um anel no dedo. Mabel, jornalista brilhante, viu sua carreira desaparecer enquanto cuidava da família, perdendo a conexão consigo mesma.Quando um evento inesperado surge como a desculpa perfeita para largar tudo, as três amigas embarcam numa viagem pelo Caminho de Santiago. Entre risadas, lágrimas e muita caminhada elas resgatam suas essências, redefinem seus destinos e descobrem a coragem de recomeçar.Uma história sobre amizade, reinvenção e a força de seguir em frente, mesmo quando a vida impõe desafios que parecem maiores que nós. "
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro O caminho de volta, lançado pela editora Labrador. O livro é de autoria de Paloma Weyll e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Tem histórias que chegam como uma brisa leve, mas que aos poucos vão limpando a névoa de dentro da gente.
O Caminho de Volta, da Paola Weyll, é exatamente isso: uma jornada que começa com três mulheres em crise e termina com três versões mais inteiras de si mesmas. Melissa, Rebeca e Mabel não são heroínas em busca de glória, mas são mulheres reais, atravessadas por cansaços e experiências desanimadoras.
Melissa, médica reconhecida, passou tanto tempo tentando agradar a família do marido que acabou esquecendo quem era antes do diploma, antes do sobrenome trocado. Rebeca, dona de um salão badalado, sente o peso dos olhares que julgam seu corpo, sua idade e sua solidão. Mabel, ex-jornalista brilhante, largou a profissão pra cuidar da família, e agora tenta encontrar onde, dentro disso tudo, ela foi parar.
Quando a oportunidade aparece (e talvez a palavra certa nem seja “oportunidade”, mas “respiro”) elas decidem caminhar juntas pelo Caminho de Santiago. Literalmente. Mochila nas costas, tênis gasto, e um tanto de mágoa guardada no peito. O que começa como uma fuga se transforma, aos poucos, numa travessia.
Gostei muito da forma como a Paloma constrói a amizade entre elas. Não é perfeita, não é enfeitada, tem tropeços, silêncios e abraços sinceros; e no geral se torna bonita porque é humana. O livro fala sobre recomeços, mas sem aquela promessa de finais felizes embalados para presente. O que ele propõe, na verdade, é outra coisa: a chance de fazer as pazes com a própria história e começar um novo capítulo, mesmo que ele ainda venha cheio de dúvidas.
A escrita é leve, mas não superficial. Tem espaço pra risadas e lágrimas, mas também pra reflexões importantes sobre identidade, solidão, expectativas e envelhecimento. É o tipo de leitura que faz a gente pensar nas amigas que ficaram pelo caminho — e nas versões de nós mesmos que ainda podemos reencontrar.
O Caminho de Volta é, acima de tudo, um lembrete: nunca é tarde pra se escolher de novo. Pra se ouvir. Pra andar ao lado de quem te reconhece mesmo quando você se esquece. Além de ser uma leitura deliciosa e que pode te curar de uma bela ressaca literária!




















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