4 de agosto de 2025

RESENHA: ALFA-HÉLICE

 


Organizadores:  Diêgo Madureira
Editora: Labrador
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''No fim, é o que somos: um amontoado de átomos, sucumbindo às implacáveis leis da termodinâmica." "O suicídio inesperado de Geraldo, um brilhante cientista e professor universitário, une os destinos de Antônio, um antigo aluno, e Gabriela, sua sobrinha. Enquanto Antônio terá seus limites testados ao se lançar em uma investigação obstinada para desvendar os mistérios que envolvem essa morte, Gabriela precisará lidar com a culpa e o peso de um afastamento de décadas. O silêncio do tio sempre foi uma ferida mal cicatrizada e, agora, diante da tragédia, ela se vê forçada a revisitar o passado. Alfa-Hélice transita entre a ciência e o drama humano, explorando os avanços da bioquímica e os dilemas éticos do progresso. Uma ficção inquietante, que dispensa os exageros fantásticos, questionando os limites da intervenção na natureza e refletindo sobre como nossas experiências e escolhas reverberam em nosso destino."

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Alfa-Hélice, lançado pela editora Labrador. O livro é de autoria de Diêgo Madureira e a resenha foi escrita por Leonardo Santos. 


O ponto de partida do livro é o suicídio de Geraldo, um professor universitário e cientista muito respeitado que enfrentava câncer. A partir disso, acompanhamos a trajetória de dois personagens que são afetados diretamente pela morte dele: Antônio, um ex-aluno que tinha grande admiração pelo professor, e Gabriela, sua sobrinha, que passou anos afastada do tio e agora precisa lidar com a culpa de nunca ter se reaproximado.

O livro se divide entre perspectivas: Antônio se vê completamente obcecado pela ideia de entender o que levou Geraldo a tirar a própria vida e, movido por esse impulso, começa a investigar os últimos passos do professor, principalmente quando recebe uma herança no mínimo inusitada: parte do tumor do falecido professor. 


Já Gabriela lida com a tragédia de forma mais introspectiva, principalmente ao tentar revisitar o passado e entender onde tudo se partiu. É com uma chamada de Antônio, que diz ter uma notícia chocante a respeito dos estudos da biópsia do tumor que Gabriela passa a se envolver com Antônio e, de quebra, entender um pouco mais sobre o passado do tio e o perigo que ele — e agora Antônio e Gabriela — enfrentam. 

Primeiramente: Esse livro é bem mais eletrizante do que achei que seria! Isso porque o suspense dele é muito bem construído conforme um novo elemento entra em jogo: a empresa multinacional NanoDot. Em vários momentos, me senti lendo um livro do Dan Brown conforme o protagonista vai desvendando algumas mensagens deixadas pelo professor. E olha, que teia complexa e deliciosa.

Uma coisa que eu preciso citar nessa resenha: Diêgo Madureira tem formação em bioquímica, e isso aparece ao longo de todo o livro, mas não de forma técnica ou excessiva. Os conceitos científicos surgem de maneira orgânica, sempre inseridos dentro da lógica da história. O autor não quer ensinar ciência ao leitor, mas mostrar como ela pode ser parte de uma boa ficção.


Isso vem desde o próprio título e como ele se transmuta para a narrativa nos níveis mais microscópicos: nas moléculas, nos laços de afeto, nas decisões que parecem pequenas, mas que acabam moldando tudo. O resultado é uma história que transita bem entre o drama pessoal e as implicações éticas da ciência.

Outro ponto que eu achei interessante é como Diêgo aborda o papel do cientista. Através dos flashbacks na narrativa e dos múltiplos ponto de vista a gente entende quem foi Geraldo para além da figura acadêmica. O livro traz questionamentos sobre até onde a pesquisa pode ir, o que se sacrifica em nome do progresso e como o próprio pesquisador lida com os limites daquilo que descobre.

 
Alfa-Hélice é um livro que me surpreendeu bastante. Ele tem um pé na ficção científica, mas o foco está todo nas pessoas, nas emoções que elas evitam, nos vínculos que se perdem, e na tentativa de dar sentido a uma perda. É uma leitura maravilhosa e que fluiu super bem pra mim, casando aquele suspense intelectual/investigativo com um ótimo drama. 

“No fim, é o que somos: um amontoado de átomos, sucumbindo às implacáveis leis da termodinâmica.”

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Leonardo Santos



Olá leitories! Meu nome é Leonardo Santos, tenho 28 anos, sou de São Paulo mas atualmente estou em Guarulhos cursando Letras! Minha paixão pela leitura começou desde muito cedo, e é um prazer compartilhar minhas leituras e experiência com vocês!

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