Organizadores: Joab Hardman
Editora: Letras VirtuaisCompre através deste link.
'Às vezes, para nos curarmos, precisamos imergir na dor.José é um jovem ribeirinho da Amazônia que, ao deixar sua comunidade rumo à universidade, vê seus planos desabarem, quando uma tragédia o arrasta para um mundo desconhecido.Lá, ele aprenderá a se conectar consigo e com os elementos da natureza, enquanto enfrenta os traumas mais profundos de sua vida. Ao retornar ao mundo atual, percebe que seu verdadeiro desafio não será mágico, mas humano: intolerância, preconceito, política, opressão e o medo de tudo o que é diferente.Será assim que José descobrirá que a intolerância de pessoas boas mata da mesma forma que a maldade de pessoas ruins.À medida que compartilha com o mundo a importância da harmonia com os elementos e com a natureza, José desperta a ira de governos, líderes religiosos e de uma sociedade que teme aquilo que não compreende. Em meio a manifestações globais e perseguições, ele se torna símbolo involuntário de esperança para alguns, e de ameaça para muitos.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Conexus: Yepak, lançado pela editora Letras Virtuais. O livro é de autoria de Joab Hardman e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
A história acompanha José, um jovem ribeirinho da Amazônia que está prestes a começar a faculdade de medicina em Manaus. Ele parte com Kirla, sua amiga de infância, em uma viagem de barco pelo Rio Negro, mas tudo muda quando uma tempestade os atinge em pleno trajeto. O barco vira, Kirla desaparece, e José acorda completamente desorientado em um lugar que ele nunca viu antes.
Esse lugar é Animalis, um mundo mágico onde os elementos da natureza têm guardiões próprios e onde José descobre que faz parte de uma antiga profecia. Lá ele passa por um processo de treinamento para se conectar com os elementos (água, fogo, terra e ar) e com isso, também precisa enfrentar dores que ele vinha enterrando há muito tempo.
O primeiro guardião que ele conhece é Dhyoow, o boto que ensina sobre a água; depois vem Ignis, o macaco ligado ao fogo; Tellus, o tatu guardião da terra, e por fim o ar, que acaba sendo interrompido por acontecimentos que forçam José a retornar ao mundo real.
A construção desse universo é um dos pontos que mais me impressionou na leitura. Os elementos têm personalidade, os animais têm vozes marcantes e tudo parece se alinhar à floresta de onde José veio. Mas o que mais me chamou atenção é como o autor amarra essa fantasia com temas sociais muito concretos e importantes de serem debatidos!
Ao voltar para Manaus, José descobre que o maior desafio não está em enfrentar monstros ou criaturas mágicas; mas sim no preconceito, na intolerância religiosa, na manipulação de políticos e no medo das pessoas diante de tudo o que é diferente.
Joab Hardman não tenta suavizar esses conflitos. O livro é direto, fala sobre como o discurso de ódio pode ser travestido de bondade, sobre o impacto da exploração ambiental e sobre como até mesmo pessoas “do bem” podem alimentar sistemas opressores. E apesar de tudo isso estar presente, o texto é acessível, sensível e muito bem ritmado. A leitura flui com naturalidade, e mesmo quando entra em assuntos pesados, o livro nunca parece forçado.
A ambientação é outro grande destaque. O autor se apoia em cenários reais da Amazônia, como a cidade de Manaus e o Rio Negro, mas também constrói um universo paralelo que respeita e valoriza o folclore nacional. Isso dá à história uma autenticidade que a gente não vê com frequência no gênero. A floresta pulsa, os rios respiram, os animais têm função narrativa, e tudo isso é usado para falar sobre conexão com o outro, com a natureza e consigo mesmo.
O final me pegou de surpresa. Não só pelo que acontece com José, mas pela virada política e social que a história toma. O protagonista vira símbolo de algo maior, e o livro deixa muito claro que não existe transformação sem confronto.
Conexus: Yepak é uma fantasia nacional poderosa, com base cultural sólida e um discurso necessário! Terminei a leitura querendo mais, e com a sensação de que livros como esse merecem muito mais espaço.
Eis que o tempo virá, a cortina celeste,Que os mundos separa, em matéria e treva,Romper-se-á em fulgor, num ato real,Trazendo à luz um poder que não se cessa.Os eleitos serão, por força e por graça,Por águas em dança e ventos que abraçam,Unindo as espécies num laço que traça,O destino de um tempo que se acompaçam.Humanos, Animalis, num ciclo eterno,Deverão viver num pacto fraterno,Ou ruirão na escuridão do eterno.


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