RESENHA: WISTERIA (VOL 3)

Organizadores: Adalyn Grace

Editora: Plataforma 21

Páginas: 450

Ano de publicação: 2025

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Depois de dançar com a Morte e flertar com o Destino, agora é hora de ansiar pela Vida…Blythe Hawthorne nunca deixou que ninguém dissesse o que ela deveria fazer – nem a sociedade ou seu pai superprotetor, muito menos o homem ao qual está ligada – não importa quão grosseiro e insuportável ele seja. Na verdade, Blythe está determinada a atormentá-lo pelo resto de seus dias, enquanto ele deixa evidente que a vida no palácio não é um conto de fadas.Entretanto, conforme Blythe descobre mais detalhes sobre si que se conectam ao enigmático passado de seu marido, ela precisará decidir se vai deixar que uma inesperada faísca se alastre… e assim acabar descobrindo a verdade sobre quem realmente é.

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Wisteria: A persistência da vida lançado pela Plataforma 21. O livro é de autoria de Adalyn Grace e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.

Depois de dançar com a Morte e flertar com o Destino, é a vez de Blythe Hawthorne mostrar que também se pode sobreviver ao caos e talvez até amar no meio dele. Wisteria fecha a trilogia Belladona de um jeito corajoso, ainda que nem sempre bem costurado, e isso torna a experiência de leitura ao mesmo tempo envolvente e frustrante.

Blythe é, sem dúvida, o maior acerto deste livro. Diferente da melancolia encantadora de Signa e da intensidade sombrio-poética de Death, Blythe entra em cena com uma energia própria: teimosa, afiada, cômica na medida certa e cheia de vida.

Sua dinâmica com o Destino (ou Aris, para os íntimos) é deliciosa de acompanhar: o tipo de romance construído mais no sarcasmo do que no suspiro, e por isso mesmo tão eficiente. Há uma leveza aqui que contrasta com o clima mais gótico dos volumes anteriores, e mesmo com a mudança de tom, Adalyn Grace consegue manter a essência mágica do universo.

Mas Wisteria tropeça exatamente onde não deveria: na conclusão de sua própria mitologia. Enquanto o romance floresce de forma orgânica e irresistível, as tramas que vinham sendo tecidas desde Belladona e Ascenção começam a se perder em meio a decisões apressadas e buracos de roteiro.

Boa parte das perguntas deixadas no segundo livro são ignoradas até que, já perto do fim, Grace tenta resolver tudo de uma vez com a inserção de elementos que parecem surgir do nada, sem o devido preparo narrativo. Isso quebra o ritmo e, pior, compromete o impacto emocional de certos eventos.

O maior problema, talvez, seja a sensação de que Blythe passa novamente por traumas que pareciam já superados — e com um motivo que soa frágil demais para justificar tanto sofrimento. A autora tinha ouro nas mãos, mas parece ter ficado sem tempo para lapidar.

Ainda assim, há méritos que não podem ser ignorados. O texto continua sendo fluido, envolvente, com cenas que equilibram bem emoção e humor. E a presença (ainda que pontual) de Signa e Death funciona como um aceno carinhoso aos leitores que se apaixonaram por esse mundo desde o começo.

Wisteria não é o encerramento arrebatador que essa trilogia merecia, mas também não é um fracasso. É um livro com alma, personagens apaixonantes e um universo rico, que só precisava de mais tempo (ou mais páginas) para se resolver com a dignidade que construiu até aqui.