Organizadores: Agatha Christie
Editora: L&PMCompre através deste link.
Durante um voo de Paris a Londres, Madame Giselle, uma agiota, morre subitamente. A arma do crime não poderia ser mais absurda: um dardo envenenado cravado no pescoço da vítima. Mas quem conseguiria utilizar uma zarabatana dentro de um avião? E sem ser visto por ninguém? Todos os passageiros são interrogados pela polícia. Entre eles está Hercule Poirot: ele simplesmente não consegue aceitar que um assassinato foi cometido bem debaixo do seu nariz. O detetive começa a investigação, mas desta vez os riscos são altos – afinal, é um dos principais suspeitos do crime.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo?
O livro da vez é Morte nas Nuvens, escrito por Agatha Christie e publicado no Brasil pela L&PM. A resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Já começo dizendo que essa leitura me pegou de surpresa: O cenário não poderia ser mais inusitado, um assassinato acontece dentro de um avião em pleno voo entre Paris e Londres. Tudo aparentemente calmo, até que uma das passageiras é encontrada morta em sua poltrona. A suspeita inicial? Picada de vespa. Mas quem já leu Agatha antes sabe que nada é o que parece.
Claro que no voo está ele, o nosso eterno detetive belga de bigodes imponentes: Hercule Poirot. Só que aqui ele está em desvantagem. Não apenas é um dos passageiros (ou seja, um potencial suspeito), como também não percebeu nada de estranho acontecendo durante o crime. Isso já adiciona uma camada interessante ao mistério, ver Poirot um pouco abalado, precisando se recompor para assumir o caso, dá um gosto diferente à investigação.
A força de Morte nas Nuvens está, mais uma vez, na habilidade da Agatha em criar um espaço fechado (nesse caso, a cabine de um avião) e transformar cada detalhe em pista. Ela joga com o leitor o tempo inteiro. Te faz desconfiar de todo mundo, repensar teorias a cada capítulo e, mesmo assim, consegue surpreender no final.
O ritmo da narrativa é ágil, e mesmo com a quantidade de personagens e reviravoltas, a escrita da autora continua limpa, direta e viciante. Gostei especialmente de como ela constrói as pequenas vaidades, mentiras e distrações entre os passageiros, cada um parece carregar um segredinho. E aos poucos vamos entendendo que, embora o crime seja o centro, é o comportamento humano que realmente interessa aqui.
Outro ponto que curti muito foi o tom irônico de Poirot. Em vários momentos ele debocha sutilmente dos ingleses, dos modos da alta sociedade e até das conclusões apressadas da polícia. Esses comentários trazem leveza sem quebrar o clima do mistério, o que só uma autora como Christie conseguiria equilibrar tão bem.
“Morte nas Nuvens” é uma leitura perfeita pra quem quer um bom enigma, um cenário original e a companhia de um dos detetives mais icônicos da literatura. Leitura rápida, inteligente e deliciosamente engenhosa.




















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