Organizadores: Claudio Castro
Editora: Crypta BooksCompre através deste link.
“Em uma cidade marcada por segredos antigos, uma porta misteriosa surge, silenciosa e imponente, como se esperasse pelo toque certo para revelar horrores adormecidos. Quem ousa cruzá-la não encontra apenas um novo caminho, mas uma verdade que cobra caro — e que transforma para sempre quem a descobre.Entre o real e o sobrenatural, Sanctus Ostium conduz o leitor a um labirinto de símbolos, enigmas e revelações inquietantes. Cada capítulo é um passo mais fundo em um jogo que desafia a fé, a razão e a própria sanidade.Claudio Castro constrói um romance envolvente, onde a mística, o suspense e o terror se entrelaçam para provar que algumas portas não levam à saída… mas ao início de algo muito pior."
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje a resenha é do livro Sanctus Ostium – A Porta Santa, escrito por Claudio Castro e publicado pela Crypta Books. A resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Eu já tinha falado desse livro quando estava na metade da leitura, e agora que terminei, posso dizer com tranquilidade: é uma das leituras mais instigantes que fiz nos últimos tempos.
O que começa como um mistério contido em uma simples porta vai se desdobrando em algo muito maior: uma rede de segredos, fé e poder que atravessa séculos. Claudio Castro constrói essa história alternando duas linhas temporais: a de Aldo, um monge que vive no século XII, e a de Helena, bibliotecária e mãe de gêmeos que vive em São Paulo, em 2025. No início, essas histórias parecem distantes, mas aos poucos o livro vai mostrando como elas se cruzam por meio de um objeto (um pergaminho) e de uma mensagem que carrega um peso teológico e simbólico capaz de mudar a forma como o mundo entende o sagrado.
O arco de Aldo é um dos mais interessantes. No ambiente silencioso e isolado da abadia, ele encontra uma caixa marcada por símbolos estranhos e um texto de Nutaniel, um evangelho que traz interpretações perigosas sobre a fé e o apocalipse. A partir dessa descoberta, Aldo passa a questionar os dogmas da própria igreja, e isso o coloca em uma rota de perseguição e medo.
Séculos depois, Helena encontra um fragmento que parece ter vindo das mãos desse mesmo monge. A partir daí, sua vida entra em colapso. A busca por respostas sobre o conteúdo do pergaminho a coloca no centro de uma conspiração que envolve os Milenaristas, uma ordem secreta que acredita ser seu dever provocar o Fim dos Tempos. Eles agem nas sombras, manipulando eventos históricos, guerras e mortes em nome de uma “revelação divina”. Quando Helena se aproxima demais da verdade, ela passa a ser caçada, e o livro assume um ritmo intenso, cheio de tensão e descobertas.
Claudio Castro consegue equilibrar muito bem o suspense com a reflexão. As partes mais históricas são ricas em detalhes, e as cenas de perseguição no tempo presente têm um ritmo ágil, com viradas bem construídas. Há também um cuidado com a linguagem simbólica: os textos dos cavaleiros do Monte Meggido, que aparecem entre os capítulos, funcionam como registros de fé, loucura e paranoia — quase um contraponto à racionalidade dos protagonistas.
A leitura me lembrou bastante O Nome da Rosa, do Umberto Eco, por causa da ambientação histórica e do olhar crítico sobre a igreja, e também O Código Da Vinci, de Dan Brown, pelo ritmo investigativo e pelas conexões entre símbolos, textos sagrados e sociedades secretas. Mas Sanctus Ostium tem uma identidade própria. É um livro que respeita o leitor e confia na sua curiosidade.
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Pra quem gosta de histórias que misturam religião, conspirações e símbolos escondidos ao longo da história, Sanctus Ostium – A Porta Santa é uma excelente pedida. Um livro que não apenas entretém, mas provoca.
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