Olá pessoal do Porão Literário! Hoje vou compartilhar com vocês três motivos para ler "Greta", uma publicação da ABC Projetos Culturais para a Biblioteca Gralha Azul. O livro é de autoria de Claudia Ines Romaniuk e conta com ilustrações de Alessandra Tozi
"Uma formiga sem bochechas, chamada Greta, tem o dom de ouvir e falar com Gaia, mãe de todos os seres. E Gaia conta a ela sobre uma menina de mesmo nome, mas com bochechas, que é sua voz entre os humanos."
1. Uma abordagem sensível e lúdica sobre ativismo ambiental
O grande trunfo de "Greta" é traduzir um tema complexo e, por vezes, assustador (a crise climática) para uma linguagem acessível e esperançosa. A narrativa personifica o planeta na figura de Gaia, que compartilha com a formiga sua angústia sobre o comportamento dos humanos. Ela lamenta que eles "não entenderam que precisam cuidar das minhas florestas, dos meus oceanos e dos outros animais, para garantir sua própria sobrevivência na Terra".
O ponto de virada é quando Gaia menciona a necessidade de "mais gente como Greta" , e a pequena formiga, ouvindo o próprio nome, prontamente oferece a ajuda de seu batalhão de irmãs com nomes parecidos. Com muito carinho, Gaia explica que se refere a uma Greta humana, uma ativista com bochechas. O livro inclusive traz uma nota de rodapé que identifica a ativista sueca Greta Thunberg, conectando de forma brilhante o universo lúdico da história com uma figura real e inspiradora.
2. Uma protagonista cativante que ensina sobre perspectiva e propósito
É impossível não se afeiçoar à formiga Greta. Ela se descreve como um "graveto, com pernas e braços finos, sem bochechas" , mas carrega um orgulho imenso de sua função e de sua habilidade de transportar folhas maiores que ela, não pela força, mas pelo "encaixe". Essa pequena lição já mostra que a inteligência e a técnica são tão valiosas quanto a força bruta.
A jornada de Greta é sobre descobrir seu lugar no mundo. De uma simples operária, ela se torna confidente de Gaia ao saber que certas formigas "nascem com o dom de falar com a mãe Gaia". Mesmo quando entende que não pode ser a "voz" que Gaia precisa entre os humanos, ela não se sente diminuída. Gaia a lembra do papel fundamental que as formigas já cumprem na "lenta e gradual decomposição de resíduos".
3. Uma narrativa poética que inspira o diálogo
A escrita de Claudia Ines Romaniuk, que se diz apaixonada por livros e admira quem ergue a voz pelo meio ambiente, é repleta de poesia. Gaia não é apenas um planeta; ela tem uma história de 4 bilhões de anos, memórias, vaidades e preocupações. Ela conta sobre como Saturno gosta de se gabar de seus anéis e de como ela mesma se orgulha de suas montanhas e florestas. Essa personificação cria uma conexão emocional profunda, transformando a Terra de um conceito abstrato para um ser vivo com o qual podemos nos importar.
Por tudo isso, "Greta" é mais do que uma história para ser lida antes de dormir. É um ponto de partida para conversas essenciais entre pais, filhos e educadores. A obra nos convida a ouvir as vozes ao nosso redor — sejam elas trovejantes como a de Gaia ou pequenas como a de uma formiga — e a refletir sobre qual é o nosso papel na grande teia da vida. Uma leitura fundamental, disponível gratuitamente como parte da Biblioteca Gralha Azul , que fomenta a literatura paranaense. Leiam e conversem sobre ela!
E aí, ficou curioso? Comece agora mesmo a ler esse livro!
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