Olá pessoal do Porão Literário! Hoje vou compartilhar com vocês três motivos para ler Impertinente, de Adriano Chastel, lançado pela editora Libertinagem
"O fenecer silenciado pelo crepitar do cerrado e das florestas incendiadas Faltarão quatis e pacas para a semeadura Também faltarão as flores para gerar os frutos As abelhas faltarão para polinizar as flores E se restar algum enxame faltará o oco de um ipê ou pequizeiro para a colmeia.."
1. Uma crítica social afiada e sem rodeios
Adriano Chastel não usa meias-palavras. Sua poesia é uma denúncia direta a um sistema que ele vê como opressor e desigual. Em Impertinente, o autor ataca a lógica do lucro acima da vida , a exploração do trabalhador em "jornadas intermináveis de seis por um" e a hipocrisia de uma sociedade que celebra o Natal enquanto ignora as injustiças. Ele se posiciona ao lado dos marginalizados — "dos pobres, dos fracos, dos loucos, dos invisíveis" — e transforma seus versos em "pedra para ofender mansões e limousines". Ler Impertinente é encarar de frente as contradições de um mundo onde a justiça parece ter um preço e a dignidade é constantemente ameaçada.
2. Um chamado urgente pela consciência ambiental
A devastação da natureza é um dos temas mais pulsantes da obra. Chastel lamenta a destruição de rios, florestas e cerrados, incendiados pela ganância do "rico ogro do agro". Poemas como "Algumas respostas" e "A nova era" são lamentos pela perda da biodiversidade e alertas sombrios sobre um futuro sem água e sem vida. O autor nos confronta com a dura realidade de que a destruição ambiental não é um problema distante, mas uma ameaça que "vem acompanhada, da fome, das doenças e pestes". A leitura se torna um convite à reflexão sobre nosso papel na preservação do planeta, um lembrete de que cada árvore derrubada é um passo em direção à "Era da desolação".
3. Uma poesia visceral forjada na vida real
A força de Impertinente vem de sua autenticidade. A voz poética de Chastel não nasce em gabinetes ou academias, mas no "chão de fábrica". Ele se descreve como alguém com "mão já vinham marcadas de soldas e esmeril", e essa experiência de trabalhador impregna cada verso com uma honestidade brutal. O poeta se vê como um "fracasso" por não ter aderido aos valores do sucesso capitalista, mas é justamente nessa recusa que reside sua maior potência. A poesia, para ele, não é uma escolha, mas um "afogamento de sentir" , uma condição forjada "na bigorna a marreta e o fogo". Essa entrega total torna a leitura uma experiência intensa e inesquecível.
E aí, ficou curioso? Comece agora mesmo a ler esse livro!




















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