7 de outubro de 2025

TRÊS MOTIVOS PARA LER "IMPERTINENTE"






Olá pessoal do Porão Literário! Hoje vou compartilhar com vocês três motivos para ler  Impertinente, de Adriano Chastel, lançado pela editora Libertinagem

"O fenecer silenciado pelo crepitar do cerrado e das florestas incendiadas Faltarão quatis e pacas para a semeadura Também faltarão as flores para gerar os frutos As abelhas faltarão para polinizar as flores E se restar algum enxame faltará o oco de um ipê ou pequizeiro para a colmeia.."



1. Uma crítica social afiada e sem rodeios


Adriano Chastel não usa meias-palavras. Sua poesia é uma denúncia direta a um sistema que ele vê como opressor e desigual. Em Impertinente, o autor ataca a lógica do lucro acima da vida , a exploração do trabalhador em "jornadas intermináveis de seis por um" e a hipocrisia de uma sociedade que celebra o Natal enquanto ignora as injustiças. Ele se posiciona ao lado dos marginalizados — "dos pobres, dos fracos, dos loucos, dos invisíveis" — e transforma seus versos em "pedra para ofender mansões e limousines". Ler Impertinente é encarar de frente as contradições de um mundo onde a justiça parece ter um preço  e a dignidade é constantemente ameaçada.

2. Um chamado urgente pela consciência ambiental

A devastação da natureza é um dos temas mais pulsantes da obra. Chastel lamenta a destruição de rios, florestas e cerrados, incendiados pela ganância do "rico ogro do agro". Poemas como "Algumas respostas" e "A nova era" são lamentos pela perda da biodiversidade e alertas sombrios sobre um futuro sem água e sem vida. O autor nos confronta com a dura realidade de que a destruição ambiental não é um problema distante, mas uma ameaça que "vem acompanhada, da fome, das doenças e pestes". A leitura se torna um convite à reflexão sobre nosso papel na preservação do planeta, um lembrete de que cada árvore derrubada é um passo em direção à "Era da desolação".


3. Uma poesia visceral forjada na vida real

A força de Impertinente vem de sua autenticidade. A voz poética de Chastel não nasce em gabinetes ou academias, mas no "chão de fábrica". Ele se descreve como alguém com "mão já vinham marcadas de soldas e esmeril", e essa experiência de trabalhador impregna cada verso com uma honestidade brutal. O poeta se vê como um "fracasso"  por não ter aderido aos valores do sucesso capitalista, mas é justamente nessa recusa que reside sua maior potência. A poesia, para ele, não é uma escolha, mas um "afogamento de sentir" , uma condição forjada "na bigorna a marreta e o fogo". Essa entrega total torna a leitura uma experiência intensa e inesquecível.

E aí, ficou curioso? Comece agora mesmo a ler esse livro! 


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Leonardo Santos



Olá leitories! Meu nome é Leonardo Santos, tenho 28 anos, sou de São Paulo mas atualmente estou em Guarulhos cursando Letras! Minha paixão pela leitura começou desde muito cedo, e é um prazer compartilhar minhas leituras e experiência com vocês!

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