Autor(a): George Orwell
Editora: Principís
Editora: Principís
Páginas: 96
Ano de publicação: 2021
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Uma fazenda é tomada por seus animais maltratados e sobrecarregados. Cheios de idealismo, eles se propõem a criar um paraíso de progresso, justiça e igualdade, administrando o local por conta própria. Os porcos, então, assumem o comando e, com suas habilidades de alfabetização, vão aos poucos mudando as regras que os animais haviam estabelecido previamente. Dessa forma o palco está montado com uma crítica muito bem escrita de como os ideais socialistas são corrompidos por pessoas poderosas, como as massas iletradas são aproveitadas e como os líderes comunistas se transformam em capitalistas.
Fala galera do Porão Literário! Tudo certo? Hoje minha resenha é do livro A Revolução dos Bichos, um clássico atemporal escrito por George Orwell, lançado pela editora Principis. A resenha foi escrita por Maíra Marques.
Os animais se cansaram da vida que levavam na fazenda com o Sr. Jones, então- liderados pelos porcos- eles organizam uma revolução e o expulsam do lugar. Encantados com o domínio que agora tinham do lugar, imaginaram finalmente estar em liberdade, sem pensar que existe um preço muito alto a se pagar.
Orwell nos leva a uma reflexão incrível sobre os tipos de governo: As revoluções acontecem quando algo vai mal e de fato são importantes e trazem resultados. Mas e depois? É preciso haver um plano. Os porcos tomaram não apenas a liderança da revolução, mas da fazenda (nomeada como "A Fazenda dos Animais"), se dizendo mais inteligentes que os demais. Eles aprenderam a ler e até tentaram ensinar os demais animais, mas estes apresentavam muitas dificuldades. Escreveram diversos mandamentos a serem seguidos, mas tiveram que reduzir a apenas um para que todos decorassem: "Quatro pernas bom, duas pernas ruim".
Um jogo de poder é traçado e acompanhamos esses animais numa trajetória muitas vezes angustiante. O ponto que mais me chamou a atenção foi quando, na eleição, Napoleão consegue traçar um plano para acusar Bola de Neve de traidor e ser expulso da fazenda. Foi golpe! Ele conseguia manipular facilmente os demais animais, transformando pouco a pouco seu governo em uma ditadura cruel. É incrível como um povo sem informação acredita em tudo o que lhe dizem.
Há quem acredite que é uma crítica ao governo de esquerda e outros que é ao da direita. No fim, acredito que o autor quis fazer uma crítica a todos os tipos de governo, colocando nós, leitores, como determinantes na escolha de qual é o melhor ou pior de acordo com aquilo que acreditamos. É certo que Orwell simpatizava com o socialismo, mas em nenhum momento ele deixou claro a quem foi sua crítica em "A Fazenda dos Animais".
Já dizia Paulo Freire: "O sonho do oprimido é ser o opressor". "A Revolução dos Bichos" é um livro muito importante, principalmente nesse momento que estamos vivendo, com a ameaça da taxação dos livros e, ocasionalmente, dificultando ainda mais o acesso a leitura.
A edição da Principis está muito linda! Capa dura e diagramação muito confortável! Não restam dúvidas de que a editora foi super cuidadosa e caprichosa com a obra.
"As criaturas do lado de fora olhavam dos porcos para os humanos, e dos humanos para os porcos, e novamente dos porcos para os humanos, mas não era mais possível dizer quem era o quê".
Orwell nunca esteve tão em alta como nos últimos tempos e admito que por nunca ter lido nada do autor, ando com vontade demais mudar isso.´
ResponderExcluirE sim, essa edição é uma das mais lindas, pelo cuidado com uma obra tão atemporal quanto essa é.
Espero de coração poder ler o quanto antes!!!
Beijo
Angela Cunha/O Vazio na flor
A analogia feita dos animais com as políticas do governo foi uma sacada genial do autor. O livro chegou a ser censurado na época, porque a Rússia achou que ele fazia um crítica a Gerra Fria.
ResponderExcluircheirinhos
Rudy
Li ano passado no projeto #LendoClassicoCP. E foi uma leitura intensa. Não fluiu como eu esperava mas me despertou reflexões importantes
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