Bárbara é uma babá de vinte e poucos anos que, durante as férias na Europa, se muda para a remota casa dos Adams, no centro dos Estados Unidos, para cuidar de seus dois filhos, Bobby e Cindy. Tudo vai bem até que um dia Bárbara acorda amordaçada e presa em sua cama. Os filhos de Adams, junto com outros três amigos da vizinhança, John, Paul e Diane (de 16, 13 e 17 anos, respectivamente), planejaram tudo para mantê-la assim.
Começando como um jogo tortuoso e um tanto enfadonho, ele acaba recendo um contorno cada vez mais sinistro à medida que as crianças não Bárbara da cama, cada vez mais começam a transformá-la em um ser sem direitos e poder.
Bizarro e extremamente violento. Não sei uma forma melhor de descrever a narrativa de "Quando os Adams saíram de férias" do que essa. Pra início de conversa, essa história aborda temas que podem servir de gatilhos a leitores, como estupro, violência gráfica e psicológica e alguns outros. Mas vamos lá.
Por ter sido inspirado em uma história real, eu não sei até que ponto eu consegui ler esse livro sem sentir um enorme peso no estômago. As cenas descritas por Mendal são aterrorizantes em diversos sentidos e o autor não se incomoda em descrever com o máximo de detalhes as cenas mais intensas e perturbadoras dessa história.
A descrição do autor no que tange a psique dos personagens, no entanto, acaba sendo o ponto alto da narrativa. Isso porque Mendal se aproxima com uma lupa em cima de todo aquele horror e amplifica ele de uma forma medonha, afinal estamos vendo crianças agirem com uma violência extrema — em todos os seus sentidos.
Se eu gostei do livro? Não sei, só sei que me impactou. Essa é com certeza uma história para quem gosta de narrativas fortes. E ah, quem quiser pesquisar a respeito do caso em que o livro se inspirou, basta jogar caso de Sylvia Likens no google que com certeza você achará.