A autora fez um extenso trabalho de pesquisa para construir sua narrativa, indo a museus e lugares históricos de São Paulo para resgatar os detalhes da época. Um dos planos de fundo do livro é o baile que ocorre no Trianon, onde agora conhecemos como Museu do MASP.
Além disso, a autora colheu diversos depoimentos de ex estudantes do Des Oiseaux, o colégio francês do qual Maria Isabel frequentou durante parte da história. Tudo isso para criar um clima de verossimilhança com o real.
Um outro fator que o livro mostra é como os 'pracinhas' foram pra guerra sem preparação alguma, contando com a ajuda de outros soldados estrangeiros para entender o que estava acontecendo de modo geral. Isso fica muito claro nos capítulos que trazem os frontes e todo aquele cenário caótico do conflito.
Além de São Paulo, conhecemos muito a região montanhosa da Itália, onde grande parte das batalhas acontecem. Assim como São Paulo, a ambientação é incrível e extremamente realista, mesmo que esses capítulos estejam emergidos em outra atmosfera, uma bem mais sombria.
Em uma entrevista, a autora fala sobre uma das referências para o título "Rasgando um pano", o contexto é que um dos soldados apelidou uma metralhadora alemã (que era extremamente rápida e mortal, dando cerca de 1500 tiros por minuto) de Lurdinha, pois o barulho que ela fazia lembrava a da máquina de costuma de sua namorada, chamada Lurdinha, e o nome acabou pegando entre os soldados, que costumavam dizer "Olha a Lurdinha rasgando o pano" se referindo ao metralhar.
Enfim, ideal para quem quer ler um ótimo romance histórico ou quer começar a ler algo do gênero, "Rasgando o pano" realmente tem potencial para virar uma grande série de sucesso do nosso país, fica a indicação!