Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro O sofrimento do jovem Werther, lançado pela Editora Antofágica. O livro é de autoria de Johann Wolfgang von Goethe e tradução de Claudia Dornbusch e ilustrado por Leandro Melite.
Com uma narrativa transcrita em forma de cartas periódicas a um amigo de longa data, conhecemos então o jovem Werther. Depois de se mudar para uma pequena vila no interior da Alemanha, o rapaz passa a escrever periodicamente para Wilhelm, e nessas cartas o protagonista narra a respeito do belo cenário do qual se encontra e das pessoas que ali vivem, inclusive de uma mulher chamada Charlotte, por quem Werther passa a sentir uma paixão avassaladora.
Lotte, no entanto, está prestes a se casar. Seu compromisso torna nulo quaisquer relacionamento entre os dois, para o puro desespero do escritor. Nisso, conforme a leitura avança nós vamos mergulhando na mente de Werther, seus sentimentos explodem através das palavras das quais escreve, temos ecos de toda sua psique e alma. Toda a calmaria e brutalidade que o amor pode proporcionar.
Pouco conhecia a respeito do trabalho de Johann Wolfgang von Goethe antes de me deparar com essa belíssima edição da Antofágica. Seu trabalho é muito valorizado pela literatura até hoje e isso acontece pois Os sofrimentos do jovem Wether é muito mais do que uma narrativa de amor não alcançado, esta obra foi responsável por popularizar o movimento literário alemão chamado “Sturm und Drang” (Tempestade e Ímpeto).
Esse movimento tinha a intenção de abordar o homem como um sujeito cujos sentimentos se sobrepõem à razão. O reflexo desse movimento está no personagem principal da nossa obra, Werther. O livro é dividido em dois tomos, duas partes que se diferenciam MUITO de si.
Enquanto na primeira parte temos descrições belas a respeito da natureza, das relações humanas e de tudo aquilo que contempla a vida; no segundo todo o cenário parece mudar de forma grotesca conforme toda a dor do amor não correspondido é explorada. Esse fator me pegou de muita surpresa, pois a maestria do autor em proporcionar dois tons tão diferentes em sua curta história (com média de 200 páginas) é realmente de se admirar.
Além disso, Werther é um personagem que se questiona sobre muitas coisas, seus monólogos escritos em seus relatos nos fazem refletir a respeito de nossa própria natureza, então podemos dizer que um livro escrito no século XVIII tem muito a dizer na nossa contemporaneidade - o que o torna um clássico.
Além da narrativa, essa edição da Antofágica conta com um material extra maravilhoso, um dos artigos que contemplam mais a leitura fala sobre o efeito que a obra-prima de Goethe teve em cima da geração de romancistas que surgiram depois. O efeito foi colossal! Só não posso dar mais detalhes pois acabaria entregando spoilers do final.
A ilustração que banha as páginas também tem seu charme próprio, já se tornou uma marca registrada da editora trazer ilustradoras e ilustradores com um traço incrível, que de forma ou outra contribuem ainda mais para mergulharmos na leitura! Dessa vez Leandro Melite trás uma beleza melancólica e romântica na primeira parte, brutal e cortante na segunda.
Por isso, aventurem-se nos relatos tristes de Werther! Abaixo deixarei um vídeo que complementa e muito toda a experiência dessa narrativa!
Leo!
ResponderExcluirLivros com escrita epistolar são sempre interessantes, porque não se tornam enfadonhos e podemos acompanhar os sentimentos impressos nas cartas. E que genialidade trazer os dois lados desse amor. O melhor é que é ilustrado, sensacional.
Vídeo ótimo.
cheirinhos
Rudy
É um livro super importante para a literatura romântica e teve um efeito fora do normal na sociedade da época!! Pude conhecer mais profundamente na graduação. Essa edição é mto bonita e bem feita
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